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quinta-feira, 17 de abril de 2014

A Traição de Judas




Jesus experimentou a dor da traição; foi traído por um dos seus, por trinta moedas de prata.

Depois da Última Ceia, pouco antes das comemorações da Páscoa hebraica, Judas parte para alertar os sacerdotes, enquanto Jesus se dirige ao Getsêmani para orar. Segundo as Escrituras, Jesus sabia tudo que ia ocorrer, e neste momento pedia forças e coragem ao Pai, mas não há comprovação científica desta predestinação de Iscariotes.

O apóstolo conduz os algozes ao encontro do Mestre, pois sabia com precisão onde ele estaria. Tradicionalmente o Messias é delatado por seu seguidor através de um beijo, o famoso Beijo de Judas. Jesus é então preso e condenado, morto na Cruz.

Sejam quais forem as motivações de Judas, neste instante, segundo os relatos bíblicos, o apóstolo se arrepende terrivelmente e devolve o dinheiro aos sacerdotes. Conforme a versão de Mateus, os hebreus não tiveram coragem de depositar estas moedas no Tesouro do Templo de Jerusalém, preferindo então utilizá-las para edificar um cemitério que ficaria conhecido como Campo do Sangue.

Judas, profundamente arrependido de seu gesto impensado, teria optado pelo suicídio por enforcamento, embora alguns gnósticos acreditem que ele simplesmente se retirou para o deserto com o objetivo de meditar. Até os dias de hoje, cultiva-se, no Sábado de Aleluia, a tradicional malhação de Judas, quando um boneco confeccionado de palha é enforcado em postes ou árvores, e posteriormente queimado pela população. 

De acordo com o assessor da Pastoral Litúrgica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Hernaldo Pinto Farias,  nem todas as celebrações da Semana Santa são universais. Procissão do Encontro, na Quarta-feira Santa, Procissão do Fogaréu, conhecida também como Noite da Prisão, Procissão do Enterro ou do Senhor Morto e Malhação do Judas no Sábado de Aleluia são algumas ações que não são realizadas em todas as paróquias.
A explicação, segundo padre Hernaldo, é que estas não são celebrações prescritas pela Igreja para a Semana Santa, mas fazem parte do universo da religiosidade popular e acabam sendo mais intensas em alguns lugares e em outros não.
Na concepção religiosa, na verdade, o Sábado de Aleluia deve ser o dia dedicado a uma faxina espiritual. Isso acontece melhor, em meio ao silêncio, quando nos posicionarmos quanto à verdade e a situação sepulcral de nós mesmos.
Neste sábado, não vamos sair por aí "malhando ou queimando Judas"! Vamos parar para fazer um exame de consciência, para ver se o que precisa ser queimado não é o judas que existe dentro de nós. Será que estamos mesmo sendo fiéis ou também estamos traindo Jesus? 

No silêncio do sepulcro, vamos nos questionar sobre nossos atos, atitudes e sentimentos e observar onde estamos sendo falhos e predispor-nos a corrigir, principalmente em relação ao próximo. 

Vamos rezar por aqueles que nos traiu ou estão nos traindo! Jesus ensinou em Mateus 5,44 que devemos amar os nossos inimigos e ele praticou  tudo o que pregou. Ainda que, de antemão, conhecesse perfeitamente o mal que Judas faria contra ele, mostrou-lhe o seu amor sincero em toda forma concebível.

Vamos colocar em prática o que Jesus nos ensinou, procurando amar aqueles que nos traem, que nos perseguem, “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6:12). Aqui Paulo relata que a nossa luta hoje não é contra as pessoas, a nossa luta é contra satanás e seus demônios, que vive influenciando esse mundo, jogando dardos inflamados ou pensamentos em nossas mentes, contrários à Palavra de Deus.
Não é contra as pessoas que devemos lutar. Jesus não lutou contra o homem, Jesus lutou contra satanás. Por isso, quando alguém se levantar contra você, veja não a pessoa e sim, quem está por trás dela, influenciando-a.

"Sabemos que o traidor é digno de nossa compaixão, compreensão, perdão e orações; pois a nossa luta jamais foi contra a carne e sim contra as hostes satânicas tenebrosas, que induzem o outro ser a trair, lesar, atentar contra nós, ocasionando dor e tristeza." 

Já que não podemos ficar imunes, após sermos traídos,  passamos por um longo período cheio de tristezas, amarguras e dores; mas começamos a perceber as bênçãos legadas após uma traição; pois elas existem mesmo sendo paradoxais; ficamos muito mais sábios, tolerantes e muito mais fiéis aos mandamentos e ensinamentos de Deus, em Cristo Jesus.

Necessitamos da experiência da traição para aprender a verdadeira submissão ao Senhor. Você sabia que a maior oração que um filho de Deus pode dizer é a oração do Filho perfeito: "Sim, Pai, porque assim foi de seu agrado?" (Lc 10,21). Quando pudermos clamar assim do íntimo dos nossos corações feridos, saberemos que o aguilhão já se foi e que triunfamos, porque a nossa submissão para o desejo do Pai em nossas vidas traz a vitória sobre todo ataque que venha contra nós (2Cor 2,14).

Deste modo, tal como a flor pisoteada cujo perfume sobe para abençoar o pé que a esmagou, assim os nossos corações não encontram amargura, não procuram nenhuma vingança, não desejam nenhum mal. A plenitude dos nossos vasos precisa transbordar e abençoar as mãos que nos afligiram.




Fontes:

http://elegiadoamor.blogspot.com.br/2013/10/a-bencao-da-traicao.html
www.aguasvivas.ws/revista/51/07.htm

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