Objetivos:
- Criar o hábito "da escuta" da Palavra de Deus através da leitura da Sagrada Escritura.
- Incentivar "o estar disponível" para exercer a missão de profeta, sem medo, tendo a certeza de que Deus estará amparando, iluminando e alimentando com o seu Espírito.
Conteúdo:
1) Deus se manifesta de muitos modos:
- Através dos acontecimentos
- Através dos profetas
2) O profeta
- chamado
- missão
- Perceber os projetos de Deus para si e para o povo;
- Testemunhar com a vida;
- Ser obediente;
- Ter intimidade com Deus.
Ambiente:
- Preparar a sala colocando uma toalha na mesa, flores, vela e a Bíblia.
Recursos:
- 02 cartolinas, cola, nomes dos livros proféticos digitados para dois grupos.
1. Acolhida e Oração Inicial
- Receber a turma com carinho e simpatia. Cantar música animada. Sugerimos a nº 14, cantando ao menos a primeira estrofe e fazendo a brincadeira do trenzinho.
- Acalmar a turma para rezar.
- Motivar: Mais um vez estamos reunidos. Deus quer nos mostrar como ser sábios e inteligentes, vivendo a vida com alegria e em paz. Por isso, pedimos que o Senhor sempre nos ilumine, para que possamos enxergar as coisas belas que a vida tem. Amém!
- Encerrar com a música 12, para recordar o encontro anterior.
Símbolo litúrgico: a língua - espada afiada
O ser humano se comunica através da linguagem. Para falar, ele utiliza a língua. Sem a língua a pessoa não pode falar. No universo existe uma infinidade de "línguas", o que causa grande falhas de comunicação. Em Pentecostes, com a vinda do Espírito Santo, a Palavra de Deus é dirigida a todos os seres humanos, para que "toda língua proclame para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor" (Fl 2,11). Um símbolo da língua é a espada.
A espada é uma arma usada para a luta. A espada de dois gumes (que corta dos dois lados) era a preferida. Pedro, quando Jesus foi preso no Jardim das Oliveiras, tinha uma espada com ele e cortou a orelha de um servo. Jesus manda que ele guarde esta espada. Mais tarde, Pedro usaria outra espada para a evangelização: a sua língua.
A língua é uma espada que mata quando usada para mentir, para causar o mal (cf. Pr 10,31; 17,4; Sl 52,4; 57,5; 64,4). O dano da língua maldosa é terrível (cf. Eclo 28,13-26).
São Paulo escreve que a "Palavra de Deus é mais penetrante do que a espada afiada de dois gumes, que penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas. Ela julga as disposições e intenções do coração" (Hb 4,12; Is 49,2). O cristão é convocado a um combate espiritual e deve usar neste combate a espada da Palavra de Deus (cf. Ef 6,17). O autor do Apocalipse, ao descrever a figura do "Filho do Homem", coloca em sua boca uma espada de dois gumes (cf. Ap 1,6; 2,12.16; 19,15.21). São Paulo é representado com duas espadas, uma pelo seu martírio e outra simboliza a força e a coragem com que ele anunciou a Palavra de Deus a todos os povos.
2. Motivação
Antes de refletir sobre o profetismo, vamos relembrar a caminhada do povo de Deus.
O Êxodo foi a experiência fundamental desse povo: a libertação da escravidão. A experiência do deserto deu a certeza de que Deus está presente na história. Um Deus que caminha com aqueles que desejam a sua própria libertação.
Chegada à Terra de Canaã = Terra Prometida:
- ocupação da nova terra;
- o povo torna-se uma nação;
- os diversos clãs formam tribos;
- até o fim do século IX a.C. , o povo mantém uma organização social, baseada nas tribos, independentes umas das outras, mas unidas na mesma fé em Javé;
- ao chegar na Terra Prometida, encontraram outros povos, e o relacionamento com esses povos influiu nos costumes, nas tradições e na religião dos israelitas;
- quando surgiam dificuldades, apareciam Juízes, ajudando o povo a sair da opressão dos inimigos;
- com a entrada dos filisteus, que criaram lutas, o povo se sente ameaçado e tem necessidade de unir forças para uma melhor organização social e política.
O povo não aceitava a realeza: só aceitava Deus como Rei. Era teocrata. Mas, apesar da resistência do povo e por necessidade de defesa e também seguindo o exemplo de outros povos, Israel se organiza em monarquia.
Três reis reinarão sucessivamente: Saul, Davi, Salomão.
(Falar sobre os primeiros reis).
É chamado o período do Reino Unido que durou de 70 a 100 anos, aproximadamente. Foi um tempo de triunfo e aparentemente, de paz.
Mas no final do reinado de Salomão, a situação se torna insustentável: o povo se vê obrigado a pagar alguns impostos para que Salomão possa manter o luxo do palácio. O povo sofria e relembrava a experiência do deserto.
Com a morte de Salomão o povo do Norte toma consciência, reage e se torna independente. Aí acontece o Cisma, a divisão do Reino:
Reino do Norte: Israel, capital em Samaria, governada por Jeroboão.
Reino Sul: Judá, capital em Jerusalém, governada por Roboão.
O Templo construído por Salomão, ficava em Jerusalém. E Jeroboão, rei na Samaria, teve medo que o povo fosse em Jerusalém para adorar no Templo. Para impedir a ida do povo do Norte até lá, ele levanta dois altares nas cidades de Dan e Betel.
Apesar da divisão do Reino, a situação não melhora. O povo sofreu três calamidades:
- guerra: saques e destruições;
- injustiça social: exploração dos fracos;
- idolatria: os reis arrastavam o povo ao abandono da fé no Deus único.
A divisão do reino e a constante luta entre eles e também com os outros povos, levam os dois reinos à destruição.
Em 722 a.C., o Reino do Norte é invadido pelos assírios, e em 587 a.C., o Reino do Sul é levado, como cativo, para a Babilônia.
Mesmo assim, o povo não perdeu a esperança, porque era um povo depositário da Aliança: os escolhidos do Senhor. Esse povo não tinha sido chamado a ser testemunha de unidade. Diante de toda essa situação, surgem os Profetas.
3. Desenvolvendo o tema
- Quem é profeta?
Profeta é um homem chamado por Deus, para:
- transmitir ao povo a sua mensagem;
- e falar em nome do Senhor.
É alguém do povo; alguém que participa bem perto dos dramas de seus patrícios, sobretudo dos mais fracos, oprimidos e marginalizados.
Profeta não significa aquele que anuncia os acontecimentos futuros, como adivinho. Ele não é um espécie de "mágico" que prevê o futuro. O profeta lê o presente. Ele possui o sentido da história; consegue captar, nas entrelinhas dos acontecimentos o Projeto que Deus tem para os homens; ele decifra, à luz da Palavra de Deus, os fatos do presente, e está sempre aberto ao futuro, à esperança; indica a vontade de Deus.
Profeta é alguém engajado, atento, presente, fiel; gente sem compromisso com o êxito, com o sucesso e com o poder constituído; vê por detrás das aparências dos acontecimentos.
O AT valoriza tanto os Profetas que seus escritos forma uma das partes da Bíblia.
A época dos Profetas começa no tempo dos Reis.
No AT o termo "Profeta" (em hebraico = NABI) quer dizer: "falar com força", "Falar com entusiasmo".
- são aqueles que falam em seu próprio nome, sem terem sido enviados (Jr 14,14; 23,16;27,15).
- são aqueles que seguem a própria vontade (Ez 13,3).
Como falamos, Profeta não é uma pessoa que prevê o futuro, mas uma pessoa que fala em nome de Deus.
Encontramos na Bíblia 18 Livros Proféticos:
- Isaías: É o maior profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta do ano 760 a.C. Com 20 anos começou a profetizar. Exerceu essa missão durante 50 anos.
É o profeta da Justiça.
Isaías, proveniente de uma família nobre, era um homem de elevada cultura. A sua vocação profética teve início no ano da morte do rei Ozias e prolongou-se pelos reinados dos reis de Judá: Jotam, Acaz e Ezequias. Este foi um período muito conturbado, com ameaças permanentes de invasões dos assírios, babilônios e egípcios.
O livro de Isaías (classificado pela Bíblia Cristã como livro profético) é, juntamente com o dos Salmos, o mais citado no Novo Testamento. Este divide-se em três secções bastante distintas: Isaías I, Isaías II (ou Livro da Consolação) e Isaías III.
O livro do Profeta Isaías tem 66 capítulos. Ele está dividido em 3 partes. A segunda parte foi escrita no tempo em que o povo foi preso e levado para a Babilônia. No cativeiro é necessário animar o povo e conservar-se fiel. Isaías transmite ao povo descrente, um novo conceito de Deus: Deus único, Deus vencedor. Ele ama sua terra e seus irmãos, por isso ele encoraja o povo, dizendo que Deus não quer ver seu povo escravo de ninguém.
Isaías é chamado de “servo sofredor” porque assume a missão, mesmo com perseguição, calúnia, tentação, incompreensão e abandono dos amigos.Isaías também foi o profeta que anunciou a vinda de Jesus Cristo e a verdadeira libertação.
É o profeta da Justiça.
Isaías, proveniente de uma família nobre, era um homem de elevada cultura. A sua vocação profética teve início no ano da morte do rei Ozias e prolongou-se pelos reinados dos reis de Judá: Jotam, Acaz e Ezequias. Este foi um período muito conturbado, com ameaças permanentes de invasões dos assírios, babilônios e egípcios.
O livro de Isaías (classificado pela Bíblia Cristã como livro profético) é, juntamente com o dos Salmos, o mais citado no Novo Testamento. Este divide-se em três secções bastante distintas: Isaías I, Isaías II (ou Livro da Consolação) e Isaías III.
O livro do Profeta Isaías tem 66 capítulos. Ele está dividido em 3 partes. A segunda parte foi escrita no tempo em que o povo foi preso e levado para a Babilônia. No cativeiro é necessário animar o povo e conservar-se fiel. Isaías transmite ao povo descrente, um novo conceito de Deus: Deus único, Deus vencedor. Ele ama sua terra e seus irmãos, por isso ele encoraja o povo, dizendo que Deus não quer ver seu povo escravo de ninguém.
Isaías é chamado de “servo sofredor” porque assume a missão, mesmo com perseguição, calúnia, tentação, incompreensão e abandono dos amigos.Isaías também foi o profeta que anunciou a vinda de Jesus Cristo e a verdadeira libertação.
(Profeta Isaías) |
- Jeremias: Nasceu no ano 650 a.C. Profetizou durante quarenta anos. Foi o profeta das desgraças. Predisse a deportação dos judeus. Jeremias lutou pela reforma religiosa de Israel.
(Profeta Jeremias) |
- Lamentações: Composto nos anos após a destruição de Jerusalém, em 586 a.C. Contém orações, lamentações e súplicas. Este Livro era lido anualmente pelos judeus, no aniversário da destruição do Templo.
- Baruc: O profeta exorta o povo a fazer penitência. Baruc quer dizer “abençoado”. Foi secretário de Jeremias.
- Ezequiel: Ezequiel quer dizer “aquele que Deus faz forte”.Exerceu sua função no meio dos judeus deportados para a Babilônia.
(Profeta Ezequiel) |
- Daniel: O autor do Livro é desconhecido. Daniel é o nome do personagem ideal que sofre no exílio. Tem fé viva e ardor patriótico. Foi escrito durante a perseguição de Antíoco, entre 167-163 a.C. O autor pretende consolar e animar os que são perseguidos pelo rei.
(Profeta Daniel) |
- Oséias: Exerceu seu ministério por volta do ano 750 a.C. Fala da infidelidade de Israel para com seu Deus, e compara a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado. É o profeta da Ternura de Deus. É chamado de Profeta Menor.
O nome "Oséias" quer dizer "salvação". Como freqüentemente acontece nos livros dos profetas, o nome do autor combina perfeitamente com a sua mensagem. Oséias condena os pecados do povo, mas apresenta uma mensagem de esperança e perdão.
O livro de Oséias, talvez mais do que qualquer outro livro do Velho Testamento, expõe o coração de Deus. Oséias vive no próprio casamento o que Deus estava passando em relação a Israel. Os primeiros três capítulos descrevem a vida de Oséias. Ele se casa, mas a mulher dele se torna adúltera. Ele sofre com a infidelidade dela, mas ainda mostra a misericórdia para tomá-la de volta. Assim Deus viu a sua noiva, o povo de Israel, se envolvendo com "outros deuses", ou seja, cometendo adultério espiritual. Mesmo depois de tudo que Israel havia feito, Deus teria graça e misericórdia para reconciliar com esta esposa adúltera e estabelecer uma nova aliança com ela.
O povo pode ser infiel, esquecer-se da Aliança. Mas Deus não é assim. Ele sempre espera a volta daquele que errou. O profeta Oséias, na sua pregação, mostra o coração de Deus cheio de amor e ternura. Deus é como um marido que ama sem limites a sua esposa e cuida da família com todo carinho.
- Joel: Profetizou no reino de Judá e Jerusalém, onde nasceu. Fala do culto divino e do amor Divino. É chamado de Profeta Menor.
- Amós: Era camponês, de alma simples e fervorosa.Pastor de ovelhas nas proximidades de Belém. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II. Amós condenou as injustiças sociais que massacraram a Samaria. É chamado de Profeta Menor.
- Abdias: Profetizou pelos anos 550 a.C. Anunciou castigos contra Edom e o triunfo de Israel no dia de Javé. É chamado de Profeta Menor.
- Jonas: O Livro deve ser uma espécie de parábola. Mostra que Deus chama à conversão, não somente os judeus, mas também os pagãos. É chamado de Profeta Menor.
(Profeta Jonas) |
- Miquéias: Nasceu perto de Hebron. Anunciou a ruína da Samaria. Predisse que o Messias nasceria em Belém. É chamado de Profeta Menor.
- Naum: O profeta fala da grandeza de Deus e do poder com que o Criador governa o mundo. Alegra-se com a queda de Nínive, que se deu no ano 608 a.C. É chamado de Profeta Menor.
- Habacuc: Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Predisse a invasão dos caldeus. Foi um profeta filósofo. Anunciou que Deus salvaria os justos e puniria os maus. É chamado de Profeta Menor.
- Sofonias: Profetizou no reinado de Josias pelo ano de 625 a.C. Predisse a justiça divina, anunciando o Dia de Deus, ocasião em que serão punidos todos os maus, pagãos ou judeus. Fala também da felicidade dos tempos messiânicos. É chamado de Profeta Menor.
- Ageu: Exerceu seu ministério em Jerusalém no ano de 520 a.C, quando era reconstruído o templo. Anima o povo com esperança dos tempos messiânicos. Ageu quer dizer “aquele que nasceu durante a festa” ou “peregrino”. É chamado de Profeta Menor.
- Zacarias: É contemporâneo de Ageu. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações. É chamado de Profeta Menor.
- Malaquias: Malaquias quer dizer “meu mensageiro” Fala do amor de Deus pelo seu povo. Denuncia as infidelidades do povo. É chamado de Profeta Menor.
Existiram quatro Profetas chamados de grandes ou maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel; e treze chamados menores: Miqueias, Zacarias, Abdias, Malaquias, Baruc, Oseias, Joel, Amós, Jonas, Naum, Habacuc, Sofonias e Ageu.
Eles são assim conhecidos pelo seu pequeno volume literário. A divisão em maiores e menores não quer dizer que os primeiros foram mais importantes, mas escreveram mais que os outros. O termo "maior" refere-se ao tamanho, não à importância. Os livros proféticos menos extensos são chamados "profetas menores". Também pode-se denominar como profetas "maiores" pelo tempo que duraram profetizando.
Aprofundamento:
Deus se manifesta aos seres humanos de diversos modos. Chamou Abraão, Isaac e Jacó. Aos poucos, Deus foi manifestando-se às pessoas, respeitando as suas realidades e limitações. No deserto, Deus conduziu, educou e provou o seu povo, ensinando-lhe como devia a sua vontade. Agora, na Terra Prometida, Deus envia pessoas com a missão de anunciar a vontade de Deus e denunciar os seus erros e idolatrias (quando as pessoas buscam outros deuses). São os profetas.
O profeta é um crítico do rei, uma pessoa de profunda experiência de Deus e, também de uma profunda experiência da realidade do povo. O profeta sofria com a injustiça, a qual os pobres eram acometidos. Por esses motivos, os profetas ajudavam o povo a conscientizarem-se da sua situação de opressão e falavam durante contra os poderosos. Eram eles que pediam ao povo que voltassem para Deus, que fossem fiéis à Aliança, lembrando-lhes que o caminho era seguir a Lei de Deus. Os profetas previam, também, dias melhores para todos se a injustiça fosse abolida.
O profeta vivia no meio do seu povo. O chamado de Deus era muito forte, como podemos ver em Samuel (cf. 1Sm 3,1-21). Esse grande profeta, ainda muito jovem, aceitou a missão que Deus lhe dava. Jeremias, Isaías, Ezequiel e outros também se sentiram chamados à vocação de profetas. Jeremias dizia: "seduziste-me, Senhor, e me deixei seduzir; lutaste comigo e me venceste" (cf. Jr 1,5-10.19). Antes mesmo de serem formados no ventre da mãe, Deus já os havia escolhido e consagrado (cf. Jr 1,5; Is 49,1-5).
Os profetas, quando se sentiam chamados, tinham medo da missão e tentavam se esquivar dela, porém o Senhor ia ao encontro deles e os ajudava. Deus deu uma missão a Jonas e ele fugiu de barco; houve uma grande tempestade e Jonas percebeu que era um sinal para ele e pediu que o jogassem no mar. Uma baleia o engoliu. No seio da baleia, Jonas rezou ao Senhor; depois de três dias, a baleia o vomitou perto de Nínive, local onde ele deveria anunciar o castigo de Deus, pelos pecados dos habitantes dessa cidade. O povo se converteu e fez penitência depois da pregação do profeta e Deus perdoou a cidade (cf. Jn 1-4).
O profeta falava em nome de Deus, denunciando o que estava errado e mostrando qual era a vontade de Deus. Ele estava atento aos acontecimentos e procurava perceber quais eram os projetos de Deus para aquele momento e situação.
O profeta, para anunciar, usava a sua palavra e fazia gestos que facilitavam a compreensão da mensagem que tinham de transmitir. Deus manda Jeremias comprar uma bilha no oleiro e quebrá-la diante dos olhos dos que estivessem com ele, para anunciar a ira de Deus sobre o povo que se afastara de seus preceitos (cf. Jr 19,1.10).
O profeta anunciava com a sua própria vida. Deus manda que Oseias se case com uma mulher que se entregava à prostituição. Essa mulher era figura do povo de Israel que abandonava o Deus verdadeiro e saía em busca de outros ídolos. Cada filha que nascia deste casamento era um sinal de Deus para o povo. Oseias é conhecido por anunciar o grande amor de Deus para com os homens. O amor de Deus pelos homens é mais forte do que o amor de uma mãe por seus filhos. Deus perdoa as infidelidades de seu povo, porque ele ama mais do que o esposo ama a sua esposa (cf. Os 11; Ez 16).
Elias, cujo nome significa "Deus é Javé", teve seu chamado para ser profeta em um dos piores períodos da história de Israel. Período este, marcado por crise, fome, miséria, corrupção e apostasia. Mas, em meio à crise, moral, social e espiritual, Deus pôde contar com a coragem e determinação de Elias, para ser seu porta-voz.
Vamos ouvir a história desse profeta de Deus:
4. História
(1Rs 17; 1Rs 18-19; 2Rs 2)
O tempo passou e muitos foram os reis que governaram Israel. Um desses reis foi Acab. Mas ele e sua família acabaram se afastando de Deus, e por isso o Senhor enviou um profeta chamado Elias para avisar ao rei: "Nestes anos, haverá uma grande seca na Terra, pois não choverá até que Deus mande." E Deus disse a Elias: "Saia daqui e vá se esconder perto do rio Jordão. Lá não lhe faltará nem água nem comida."
Elias fez tudo o que Deus havia mandado. E então as águas secaram, pois não chovia mais. Deus disse a Elias: "Pegue suas coisas e vá para Sarepta, na região de Sidônia, e fique morando lá. Porque eu mandarei uma viúva dar comida a você."
Elias novamente obedeceu e foi para Sarepta. Chegando lá, encontrou a viúva de que Deus havia falado e pediu para ela: "Por favor, me arranje um pouco de água para beber e pão para comer." A viúva respondeu: "Não tenho pão feito. O que eu tenho é farinha e azeite." E Elias disse: "Faça pão e traga para mim. Pois assim diz Deus: não faltará nem farinha nem azeite para você." A mulher fez tudo como Elias tinha mandado.
Mas o filho da viúva ficou doente e acabou morrendo. A viúva desconsolada, disse a Elias: "Não quero nada de você! Vá embora! Você veio para minha casa e meu filho morreu!" E Elias respondeu: "Traga aqui seu filho." Pegando o menino nos braços, Elias o levou até seu quarto.
No quarto, Elias deitou o menino na cama e chamou por Deus, dizendo: "Ó Deus, faça este menino voltar à vida." Deus atendeu o pedido de Elias e o menino voltou a viver. Elias pegou o menino, saiu do quarto e o entregou à mãe. A viúva disse a Elias: "Agora eu sei que você é um homem de Deus e que é verdade que você transmite a palavra do Senhor."
Muito tempo depois, no terceiro ano de seca, Deus falou para Elias: "Vá dizer ao rei Acab que vou mandar chuva sobre a Terra."
Elias partiu. Enquanto isso, o rei Acab chamou Abdias, que era o chefe do palácio, e falou: "Precisamos sair para procurar água." E eles foram andar pela região.
No caminho, Abdias e Elias se encontraram. O empregado do rei se ajoelhou diante de Elias e perguntou: "O Senhor não é Elias?" Elias respondeu: "Sou eu mesmo. Vá dizer ao seu patrão que Elias está aqui." E Abdias foi avisar o rei Acab.
Acab saiu ao encontro de Elias. Logo que o viu, disse: "Você é a destruição de Israel!" E Elias respondeu: "Não sou eu que estou destruindo Israel. É você e sua família, pois vocês abandonaram o Senhor para seguir outros deuses. Mande que todo o povo de Israel se reúna comigo no monte Carmelo." (Isso tudo porque o rei e sua família acreditavam em Baal, uma estátua de barro que adoravam como se fosse um deus).
Acab fez como Elias havia dito. Então, no monte Carmelo, o profeta Elias disse ao povo reunido: "Se Deus é o deus verdadeiro, sigam a Ele. Se for Baal, sigam. Vocês chamarão o deus de vocês e eu chamarei o meu Deus. Quem responder primeiro será o deus verdadeiro. Vamos colocar aqui dois montes de lenha e esperar que o deus verdadeiro mande o fogo".
Todos concordaram e começaram a dizer: "Baal, responda ao nosso chamado." Mas não se ouvia nenhuma voz e nenhuma resposta. E Elias começou a caçoar deles: "Gritem mais alto. Pode ser que Baal esteja ocupado, viajando, conversando ou até dormindo." Eles gritavam cada vez mais, porém nada acontecia.
Elias então chamou o povo. Pegou doze pedras, simbolizando cada tribo de Israel, e construiu um altar para Deus. Depois rezou: "Senhor, hoje todos irão saber quem é o Deus verdadeiro de Israel. Responda a mim para que este povo reconheça o Senhor como Deus único e verdadeiro." E Deus mandou um raio, que pôs fogo na lenha. Ao verem isso, todos se ajoelharam, falando: "Este é o Deus verdadeiro de Israel."
Como o povo reconheceu o Deus verdadeiro, o Senhor perdoou o rei Acab por ter adorado a Baal e acabou com a grande seca. Elias disse a Acab: "Já posso até ouvir o barulho da chuva."
Depois disso, Deus falou para Elias: "Pegue o caminho em direção ao deserto de Damasco." E Elias partiu. Deus também revelou a Elias que seu sucessor como profeta seria um rapaz chamado Eliseu.
No caminho, Elias encontrou Eliseu cuidando de um rebanho de bois. Elias passou perto de Eliseu e jogou seu manto sobre ele (isso significava que Elias estava chamando Eliseu para ser seu discípulo). Eliseu não podia deixar de obedecer ao profeta do Senhor; então abandonou os bois e foi atrás de Elias. Mas pediu: "Deixe-me dizer adeus aos meus pais. Depois eu seguirei você." Elias respondeu: "Vá, mas volte logo."
Depois de se despedir de sua família, Eliseu passou a seguir Elias.
Assim, Eliseu tornou-se discípulo de Elias, junto com outros 50 profetas, que o seguiam por toda parte para aprender com eles. Certa vez, Elias foi até o rio Jordão com Eliseu e os profetas.
Os profetas ficaram a uma certa distância, enquanto os dois pararam à margem do rio. Então Elias pegou seu manto, enrolou-o e bateu com ele na água. A água se dividiu em duas partes e os dois passaram sem se molhar. Elias falou a seu discípulo: "Logo Deus irá me levar, então me peça o que você quer que eu faça por você antes de isso acontecer." Eliseu disse: "Deixe-me como herança uma parte do sue espírito." (Com isso, Eliseu estava deixando claro que queria ser reconhecido como principal herdeiro espiritual de Elias).
E, enquanto estavam andando e conversando, apareceu um carro de fogo com cavalos de fogo, que separou um do outro.
E Elias, no carro de fogo, subiu ao Céu em uma espécie de redemoinho. Eliseu pegou o manto de Elias, bateu com ele na água, que tornou a se dividir em duas partes. E ele atravessou o rio. Os profetas, ao verem Elias, disseram: "O espírito de Elias está sobre Eliseu."
Partilha:
- Deus enviou um profeta para dar um aviso a um rei de Israel que, com sua família, abandonou o Senhor para seguir outros deuses. Qual o nome desse profeta? E o nome do rei?
- Qual era o aviso?
- O que aconteceu na casa da viúva de Sarepta?
- Qual era o deus adorado pelo rei e sua família?
- O que aconteceu no Monte Carmelo?
- O que simbolizava as doze pedras que Elias usou para construir um altar para Deus no monte Carmelo?
- Deus perdoou o rei Acab?
- Já avisado por Deus sobre o seu sucessor, no caminho em direção ao Deserto de Damasco, Elias encontrou Eliseu. O que fez Elias? Que significava esse gesto?
- Eliseu tornou-se discípulo de Elias, junto com outros 50 profetas, que o seguiam por toda parte. O que aconteceu com Elias, quando foi até o rio Jordão com Eliseu e seus profetas?
- Depois, o que disse Elias a seu discípulo? O que Eliseu pediu?
- Enquanto estavam andando e conversando, o que apareceu que separou um do outro?
- O que aconteceu com Elias?
- O que Eliseu fez com o manto de Elias?
- Ao verem isso, o que disseram os profetas?
Conclusão:
A palavra do profeta era como uma espada afiada (cf. Is 49,2).
O profeta devia ser obediente à Palavra de Deus. Elias foi assim. Porém, perseguido e desanimado, foge para o deserto. Deus o alimenta e sacia sua sede; sustentado pelo alimento, caminha por quarenta dias até o Monte Horeb e lá se encontra com Deus (cf. 1Rs 19). O profeta, obediente. convoca os que o ouvem a obedecer. O profeta atesta a presença de Deus no meio dos homens. O profeta exige das pessoas uma decisão: "Somente ao teu adorarás e somente a Ele prestarás culto", e "não terás outros deuses diante de mim" (cf. Dt 6).
O profeta era uma pessoa de oração, ele tinha sempre Deus presente em sua vida e o contemplava (cf. 1Rs 19; Jr 1,4-10). Em todos os profetas podemos ler trechos de orações que dirigiam a Deus nos momentos de dúvida, de desânimo, de perseguição e ação de graças.
Os profetas eram perseguidos porque falavam a verdade e denunciavam as injustiças. Eles se colocavam ao lado dos injustiçados e oprimidos. Os profetas não conhecem a glória. Isaías em seu capítulo 53 descreve a missão do Servo de Javé: aquele que termina sua missão como o cordeiro, se imolando em silêncio.
João Batista é o último profeta. Os profetas anunciaram o Messias. João Batista aponta o Messias e diz: "Eis o cordeiro de Deus" (cf. Jo 1,29). João Batista é o precursor (aquele que vem antes), foi enviado com a missão de preparar o caminho de Jesus, ele é o maior de todos os profetas, e deles é o último (cf. CIC, 523).
A vida e o ensinamento dos profetas se tornaram Palavra de Deus para os povos de ontem e de hoje. O próprio Jesus se inspirou muito nos profetas, sobretudo em Isaías para assumir sua missão.
Aquele que é chamado a ser profeta recebe vocação, não em proveito próprio, mas ele é profeta para a comunidade. O profeta anuncia uma notícia e denuncia uma situação que oprime, que escraviza e que mata. Todos nós somos chamados a ser profetas, pelo Batismo.
Na nossa família, na comunidade, no bairro, na escola, em todo lugar onde estivermos somos convidados a ser profetas. Procurar ver com os olhos de Jesus os acontecimentos, e procurar perceber os projetos de Deus para aquela situação. Ajudar os que estão perto de nós a enxergar com menos egoísmo e mais amor. Somos convidados a usar a nossa língua para anunciar a Palavra de Deus e denunciar aquilo que oprime, que esmaga os mais pequeninos.
No final da Missa, após a bênção, vamos embora. A missa terminou. A nossa missão tem início, missão de ser profeta. Missão de anunciar a Palavra de Deus que recebemos na celebração. Levar a bênção de Deus para os que não puderam estar na celebração. Não podemos guardar só para nós o que Deus de graça nos dá: "de graça recebestes, de graça dai" (cf. Mt 10,8).
Gesto concreto: ser profeta, na família, na escola e na comunidade.
O profeta para ser profeta, primeiro escuta a Palavra de Deus para si mesmo. O profeta tem um ouvido afinado e aberto. Ouvido aberto e olhos atentos para perceber a mensagem de Deus transmitida através dos acontecimentos e das pessoas que convivem com ele.
- Como ser profeta hoje? O que precisa ser denunciado? O que devemos anunciar?
- Evitar o preconceito, ajudar os que estão perto apontando novos caminhos.
- Quais as pessoas que conhecemos e que são profetas, hoje?
5. Atividades
- Dividir a turma em dois grupos.
- Distribuir os 17 nomes dos livros proféticos para cada grupo, 01 cartolina e 01 tubo de cola. Os nomes devem estar recortados e fora de ordem.
- Pedir aos catequizandos que os coloquem na ordem que encontramos na Bíblia, porém sem consultá-la, separando Profetas Maiores dos Profetas Menores. Certamente haverá dificuldade, observem os grupos e depois de algumas tentativas...
- Fale que agora eles podem consultar o índice bíblico. Os grupos devem colar na cartolina todos os nomes dos livros proféticos, observando a classificação.
- A cartolina deverá estar com a identificação "Profetas Maiores" e "Profetas Menores" divididos por um traço. O grupo que terminar primeiro poderá ser premiado com balas, cartão etc. Observem se está correta a atividade de cada grupo.
- Coloquem uma das cartolinas no quadro, parede ou em noutro material disponível e perguntem: Por que há a denominação Maiores e Menores?
- Para concluir, questione:
- Os Maiores são mais importantes?
- Observe as respostas dos alunos e acrescente outras informações, caso necessário.
6. Oração Final e Encerramento
- Leia o texto de Is 6,1-8.
- Vamos memorizar a frase de prontidão que o Profeta Isaías proferiu a fim de que, cada um de nós se conscientize de que devemos estar sempre prontos a obedecer a Deus, pois ele só quer o nosso bem. Vamos repetir juntos: "Senhor, estou aqui, envia-me!"
- Convidá-los a cantar ou ouvir: "Eis-me, aqui, Senhor!"
- Finalizando: "Estivemos reunidos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!"
Fontes:
- Bíblia Sagrada
- Catecismo da Igreja Católica
- Livro do Catequista "Fé - Vida - Comunidade" - (Paulus)
- Bíblia Sagrada para crianças (Ed. Canção Nova)
- Livro "A Caminho da Eucaristia", de Maria de Lurdes M. Pincinato (Ed. Vozes)
- Livro "Somos povo de Deus", do Pe. Orione Silva e Solange Maria do Carmo
- Livro "Crescer em Comunhão" (Ed. Vozes)
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