Hoje o nosso encontro foi em ambiente diferente, em outro prédio, fora da igreja, em razão de celebração de casamento no horário da Catequese. Ultimamente tem sido assim, os encontros estão sendo realizados nos locais mais inusitados: na praça, no pátio da igreja... Quando é possível, o nosso encontro acontece no interior da igreja e a turma da outra catequista se acomoda no salão paroquial. Isso porque ainda não temos uma salinha de catequese. Mas, graças a Deus, nada tem impedido que os nossos encontros sejam sempre uma bênção!
"Já vi borboletas voarem faltando um pedaço da asa e rosas incríveis desabrocharem num copo com água. E é disso que me nutro para acreditar que a meteorologia nem sempre está certa e que dias cinzentos podem ser prefácios de noites com sol..."
__ Marla de Queiroz
Iniciamos o nosso encontro rezando a quarta dezena do Terço (neste mês, estamos em oração pela paz no mundo).
Terminada a oração, passei ao anúncio do encontro...
(Estava previsto falar sobre o tema "Jesus e os doentes", e na semana que vem sobre "Jesus e os endemoniados". Acabei falando dos dois temas no encontro de hoje).
Organizei as crianças em duplas e propus que convesassem sobre as perguntas: Você já ficou doente? Quem cuidou de você? O que você mais queria naquele momento em que estava doente? Por que? (Deixei que conversassem).
Introduzi o tema a partir da dinâmica feita, sublinhando a importância de prestar atenção em quem está doente e da alegria que é ser cuidado por alguém quando se está doente. Recordamos o encontro em que falamos sobre os apóstolos, destacando que Jesus chama os seus discípulos para ir com ele levar a saúde aos doentes e a paz nas famílias.
Vimos que após ser batizado e apresentado ao povo, Jesus começou a sua missão. Lemos no Evangelho de São Lucas, como foi a primeira pregação que Jesus fez para o povo. Ela aconteceu numa sinagoga, que era o lugar onde o povo se reunia para estudar as Sagradas Escrituras, que nós também chamamos de Bíblia Sagrada. Essa foi a primeira pregação de Jesus, onde ele manifesta aos seus discípulos a sua missão. Anuncia a eles que sua missão não será de glória, de grandes sucessos. Convida a muitos a participar de sua missão: “Quem quiser vir comigo, esqueça-se de si mesmo e carregue sua cruz” (cf Mt 16,24).
Jesus inicia sua missão convidando a todos a se converterem e acreditar no Reino de Deus. Sua missão não pode mais parar e para continuá-la convida algumas pessoas para ficar com Ele e trabalhar juntos continuando sua missão. Os que Ele chamou para formar uma comunidade eram doze. Os nomes deles eram: Simão(a quem deu o nome de Pedro); Tiago, o filho de Zebedeu, e João, seu irmão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu e Judas Iscariotes que o traiu (Mc 3, 16-19)
Jesus começou sua missão dizendo que veio cumprir o que o profeta Isaías havia anunciado. Jesus se apresenta como aquele que veio trazer vida nova para todas as pessoas sofridas.
Naquele tempo, havia reis maus, injustos e dominadores que oprimiam o povo, explorando e praticando todo tipo de injustiças. E não eram só os reis que agiam assim. Havia, em toda a sociedade, muitos preconceitos. Os pobres, os doentes - cegos, leprosos, aleijados - viviam abandonados. Não tinham vez.
Jesus chega propondo solidariedade e justiça e convocando o povo pra construir um novo Reino. Nesse Reino, o próprio Deus será o rei justo e bom, guiando a vida do povo. A partir daí, a vida começa a mudar: os oprimidos ficam livres, os doentes são olhados com carinho, os pobres são acolhidos e valorizados, os que estão sofrendo, com o coração ferido e magoado, são consolados. Assim é o Reino de Jesus.
O "ano da graça", que Jesus afirma que vai trazer, significa um tempo de união, paz e justiça para todos. Naquela época, de vez em quando, se celebrava o "ano da graça". Naquele ano, as dívidas eram perdoadas, as mágoas esquecidas, as pessoas se reconciliavam e se uniam superando obstáculos, diferenças e preconceitos. Era isso o que Jesus queria.
Neste encontro o tema é o cuidado de Jesus com os doentes. Há muitos textos do evangelho que falam de Jesus e os doentes, pois esta era uma de suas ações mais importantes. Vamos ler agora um desses textos (Mc 1, 29-34):
Desde o início de sua missão, Jesus se mostrou muito sensível à doença. Depois que ele saiu da sinagoga que era a casa de oração de seu povo, ele foi para a casa de Simão Pedro e soube que a sogra dele estava com febre.
Por causa da febre ela não podia e levantar, não podia acolher bem as pessoas, não podia cuidar da casa. Além disso, com febre a pessoa fica desanimada e abatida. Para os antigos a febre não era explicada e era uma coisa que não vinha de Deus.
Jesus sabendo da situação desta senhora, vai onde ela está, pega na mão dela e a ajuda a se levantar. Ela logo que é curada se coloca a serviço e acolhe as visitas com alegria.
A partir daí outras pessoas sabem que Jesus curou e se colocaram na frente da casa pedindo que ele as tocasse para que ficassem curadas.
Perguntei: Como é o cuidado dos doentes hoje? Já visitaram algum doente? E quando ficamos doentes, gostamos de receber uma visita?
Jesus acreditava em todos os enfermos, especialmente naqueles que ele libertava dos problemas da mente, que na época eram chamados “endemoniados”.
Expliquei como no tempo de Jesus as pessoas que tinham problemas de nervos como epilepsia, doenças mentais, ou outras, eram chamadas “endemoniadas”. Observei como Jesus falava com autoridade ao se dirigir a estas pessoas e como a oração era importante nesta ação de Jesus. Transformadas pelo encontro com Jesus, elas se tornam testemunhas e sua graça.
Lemos mais uma passagem bíblica, em que Jesus cura um menino com epilepsia (Mc 9,14-29):
Jesus está descendo do Monte Tabor com Pedro, Tiago e João. Encontra os outros discípulos rodeados por uma grande multidão e trazendo um problema novo: um menino epilético que os discípulos não conseguem curar.
Este feito torna-se para Jesus uma oportunidade de ensinar aos discípulos e à multidão a importância da fé e da oração. O menino é curado e Jesus o toma pela mão para que fique de pé.
A cura deste menino é um sinal do poder de Jesus e da força da oração sobre o mal. Também nós hoje, somos rodeados por muitos males. Costumamos apresentá-los a Deus por meio da oração? Concordamos que tudo é possível para quem crê? Como são tratadas as pessoas doentes mentais em nossa comunidade? Conhecemos alguém assim? Como as acolhemos?
Em seguida, convidei a turma para fazer uma dramatização do Evangelho retratando nossa vida hoje e a necessidade de um novo Reino (do livro Jesus, nosso Salvador, do Padre Orione Silva e Solange Maria do Carmo). E não é que ficou bem legal a encenação? rsrs E olha que foi praticamente de improviso! rs E o mais importante mesmo é que eles entenderam direitinho a mensagem! (Vou postar abaixo o roteiro da dramatização).
Como nesse momento as crianças já estavam bem agitadas (rindo muito! rs), deixei para conversar sobre o que nos foi mostrado na dramatização no próximo encontro.
Encerrando, disse-lhes: A oração de quem tem fé é uma oração que tem um grande poder sobre o mal. Vamos agora rezar por todos os doentes. Podemos lembrar os nomes dos doentes que conhecemos em voz alta (dei tempo).
Rezemos também por todas as pessoas que sofrem por causa das doenças mentais, por causa da bebida, das drogas e que pedem o dom da cura.
Jesus fala também da força do jejum para expulsar certos males. Nesta semana vamos renunciar a uma coisa que gostamos muito e unir nossa oração a este jejum, pedindo a Deus que dê saúde a alguém que conhecemos.
Oremos: “Senhor Jesus, tu tomaste pela mão a sogra de Simão Pedro e tantos doentes, toca hoje também os que estão sofrendo. Estende a tua mão carinhosa aos que estão doentes, sofrendo por causa das dores e incertezas. Alivia as dores que eles estão sentindo e dá-lhes a paz e a calma. Que nunca lhes falte a esperança da cura e o cuidado dos irmãos. Tu que expulsaste o mal da vida das pessoas, cura nossas famílias dos males que a destroem hoje: as brigas, as bebidas, a violência, o medo, o desemprego, a fome, e dá-nos a tua paz. Tu que és nossa vida e saúde, cuida de nós com o teu amor. Amém!”
Procedi a seguir à bênção dos catecúmenos e catequizandos, com a oração e a imposição das mãos.
Finalizando:
Vamos em paz e que o Senhor nos acompanhe!
Todos: Graças a Deus!
Fontes:
- Bíblia Sagrada
- Livro "O Caminho", da Diocese de Duque de Caxias
- Livro "Jesus, nosso salvador, do Padre Orione Silva e Solange Maria do Carmo
ROTEIRO DA ENCENAÇÃO
- Convidar a turma para fazer uma
dramatização do Evangelho, retratando nossa
vida hoje e a necessidade de um novo Reino.
- Escolher sete pessoas para representar os papéis:
- Jesus: vestido com
túnica ou manto, trazendo uma Bíblia na mão e uma sacola, onde deverá haver uma
camisa e um pão.
- Pobre: com camisa
velha e rasgada e panela vazia na mão.
- Triste: pessoa
vestida de luto, com semblante triste. A roupa poderá ser uma capa preta. Por
baixo, deverá haver uma roupa alegre.
- Cego: pessoa com
os olhos vendados.
- Preso: pessoa com
as mãos amarradas por correntes.
- Doente: pessoa com
a perna enfaixada, manchas vermelhas pelo corpo, com curativos no rosto etc.
- Fraco: pessoa
representando um alcoólatra - tonto, com uma garrafa de bebida e um cigarro
apagado.
- O catequista sairá com as sete pessoas para
prepará-las para a encenação. Enquanto isso, as demais crianças ficarão ensaiando a música
nº 9 do CD do Livro Jesus, nosso salvador, do Pe. Orione Silva.
- Ensaiada a música, começar a encenação.
- As pessoas que
irão representar ficarão em ordem, sem ser vistas, à porta do local do
encontro. A turma começará a cantar. Durante o refrão, entrará Jesus, com a
Bíblia e a sacola e se colocará diante da turma.
- Na primeira
estrofe, entra o pobre, com a camisa rasgada e a panela vazia. Estende a mão
para Jesus. Jesus lhe mostra um trechinho da Bíblia. Ele fica feliz. Jesus abre
a sacola e lhe dá a camisa nova, ajudando-o a vestir-se. Em seguida, dá-lhe o
pão. Ele põe o pão na panela e fica num canto feliz.
- Na segunda
estrofe, entra o triste, todo de luto e chorando. Jesus lhe mostra um
trecho da Bíblia. Ele sorri. Jesus ajuda-o a tirar a roupa de luto (deverá, é
claro, estar com outra roupa por baixo). O luto poderá ser representado por uma
capa preta, fácil de tirar. O triste fica alegre e vai colocar-se ao lado do
pobre. Jesus permanece lá.
- Na terceira
estrofe, entra o cego, com os olhos vendados. Jesus tenta mostrar-lhe a
Palavra, mas ele não vê. Jesus fala no seu ouvido. Ele sorri. Jesus tira a
venda dos seus olhos e ele,feliz, se junta aos demais.
- Na quarta
estrofe,entra o preso. Jesus mostra a Bíblia e solta as correntes. Ele fica
feliz e comemora. E vai juntar-se aos outros.
- Na quinta estrofe,
entra o doente, com a perna enfaixada, à mostra, o rosto cheio de curativos.
Jesus mostra a Bíblia, tira as faixas e os curativos. Ele fica feliz e se junta
aos demais.
- Na sexta estrofe,
entra o fraco, tonto, sujo, com garrafa de bebida na mão e um rolinho de papel
imitando cigarro. Jesus mostra a Palavra. Ele compreende e, sorrindo, entrega a
Jesus o cigarro e a bebida e vai se colocar junto aos demais. E Jesus fica no
meio deles, mostrando-lhes a Bíblia aberta.
- Terminada a
encenação, todos aplaudem.
Conclusão:
Essa dramatização
nos mostra algumas dificuldades que envolvem as pessoas ainda hoje. Por causa
dessas coisas, muitas pessoas se sentem abandonadas, perdidas e feridas em sua
dignidade. Por isso, o Reino de Jesus continua sendo uma necessidade. Quando a gente
acolhe Jesus e o deixa orientar nossa vida, ele nos conscientiza de nossas
fraquezas e nos dá uma força especial que nos liberta de tudo quanto nos
oprime. Muitas pessoas vivem presas a situações das quais só Jesus pode, de
fato, libertar. E Jesus liberta de dois modos: 1º) Fortalecendo o coração
daquele que está sofrendo e devolvendo a dignidade, a esperança, a alegria de
viver e o desejo de se renovar; 2º) Unindo as pessoas para que umas ajudem as
outras, superando divisões e preconceitos. Assim, o Reino de Deus acontece
porque Deus, quando se faz presente em nosso coração, nos devolve a esperança,
o gosto pela vida, e nos faz unidos e solidários a todos os irmãos, sem levar
em conta suas fraquezas.
ALGUNS MOMENTOS DO NOSSO ENCONTRO