...

...
...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Jesus e os Pecadores



Objetivos:
  • Falar do amor misericordioso de Jesus, que nos revela o rosto de Deus que perdoa os pecados e age gratuitamente como fonte de vida;
  • Entender a importância do perdão;
  • Insistir na graça do amor que vence o pecado e a morte e na necessidade de conversão que abre o coração para a misericórdia de Deus, como condição para uma boa preparação para o Sacramento da Reconciliação.

Ambiente: 
  • Crucifixo, Bíblia, vela, flores

Recursos:
  • Cartazes para contar a história da dinâmica "Você decide".
  • CD do livro Jesus, nosso salvador, do Padre Orione Silva.


1. Acolhida e Oração Inicial


  • Acolher a turma com entusiasmo. Fazer momento  de animação. Cantar a música "Amar como Jesus amou".
  • Colocar a turma em clima de oração e fazer o sinal da cruz.
  • Motivar: Quando nós abrimos nosso coração para acolher o amor de Deus que nos é manifestado em Jesus, o Filho de Deus, nossa vida vai ganhando outro rumo. Nós passamos a ser guiados por outros valores: trocamos o egoísmo pelo amor, o ódio pelo perdão, a raiva pela mansidão, a violência pela paz, a preguiça pelo serviço aos mais fracos. Vamos, pouco a pouco, deixando para trás o que é mau e escolhemos amar e servir as pessoas que nos rodeiam. Foi assim que Jesus viveu. Foi assim que ele nos ensinou a viver. Então, cheios de confiança, vamos pedir a Deus, nosso Pai, que nos dê um coração bondoso e forte como o coração de Jesus.
  • Convidar a turma a fechar os olhos, pôr a mão no coração e rezar: Pai de amor, queremos ter um coração forte e bom como o coração de Jesus, um coração capaz de amar e perdoar, um coração capaz de fazer o bem sem olhar a quem. Venha nos abençoar, Senhor. Amém.


2. Anúncio do tema do encontro

  • Preparar com antecedência papeizinhos com alguns versículos do evangelho (cada versículo será dividido em três partes e cada parte escrita num papelzinho). Distribuir os papéis e dar um tempo para que os grupos se formem. Convidá-los a ler o versículo completo e, em seguida, perguntar o que mais lhe chamou a atenção.
  • Introduzir o tema a partir da conversa da dinâmica. Conversar sobre o que é comum em todos os textos.
  • No tema deste encontro é importante ressaltar que Jesus convida a todos à conversão e são os pecadores que mais o acolhem. Ele não concorda com o pecado, mas tem muita misericórdia com quem é  pecador.
  • Perguntar às crianças o que é pecado para elas e quem são as pessoas que elas consideram pecadoras. Como elas lidam com essas pessoas?


3. Leitura

Texto: Lc 19, 1-10

Compreendendo o texto:

No relato sobre Zaqueu aparece muito muito bem como Jesus se relaciona com os pecadores. Ele não concorda com o pecado das pessoas, mas acolhe um coração arrependido que deseja mudar de vida. No caminho, ao passar por Jericó, ele vê aquele homem baixinho, mas muito poderoso, porque era chefe dos cobradores de impostos. Ele mesmo se convida para ir ficar em sua casa e as pessoas não compreendem, mas Jesus que sabe o que está fazendo, ao chegar na casa de Zaqueu, vê o milagre da conversão nas palavras deste homem: ele decide dar a metade  de seus bens aos pobres e devolver quatro vezes mais o que roubou. Jesus acolhe esta decisão afirmando que a salvação que agora chegou na casa de Zaqueu, porque ele deu sinais de conversão. O que aprendemos desta história? Que mudanças concretas precisamos fazer em nossa vida para experimentar a salvação que Jesus quer nos trazer?


Resposta à Palavra:

  • O que é a Palavra me leva a dizer a Jesus, a Deus?
Zaqueu acolheu Jesus e sua vida mudou. Como ele, vamos também fazer nossa oração a Jesus pedindo-lhe um coração aberto para receber sua visita e para deixar que ele transforme nossa vida.

O perdão é um grande ensinamento de Cristo. Se amamos o próximo, devemos entender o sentido do perdão. Quem entendeu os outros ensinamentos de Cristo, não terá dificuldade de entender a importância do perdão. Ouçamos um texto em que Jesus perdoa uma mulher pecadora.


Texto: Jo, 8, 1-11

Dirigiu-se Jesus ao Monte das Oliveiras. Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Jesus se assentou e começou a ensinar.

Os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: “Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. A lei manda que essas mulheres sejam apedrejadas. O que o Senhor diz sobre isso?" Eles perguntaram isso a Jesus, para colocá-lo à prova e ver se ele tinha coragem de ir contra a lei, para depois o acusarem.

Jesus parou, inclinou-se para a frente e pôs-se a escrever com o dedo na areia. Como eles insistissem, Jesus ergueu-se e disse: “Quem de vocês estiver sem pecado seja o primeiro a lhe atirar uma pedra”.  E inclinando-se novamente, continuou a escrever no chão.

A estas palavras, sentindo-se acusados pela própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos. E Jesus ficou sozinho com a mulher diante de si. Erguendo-se e vendo apenas a mulher, perguntou: “Mulher, onde estão os que te acusam? Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor!” Então, Jesus lhe disse: “Nem eu te condeno. Vá e não torne a pecar”.


Partilha:

  • Quem os fariseus trouxeram até Jesus?
  • O que a lei daquele tempo manava fazer com a mulher em caso de adultério?
  • O que Jesus disse aos que acusavam a mulher de pecado?
  • Como Jesus agiu com a mulher pecadora?


Aprofundamento:
  • A mulher havia pecado. Era pecadora. Os fariseus também certamente tinham os seus pecados. Afinal, todos somos pecadores. Todos cometemos, por fraqueza, erros que não devíamos cometer.
  • O que fazer diante de uma pessoa que errou? Será que adianta apedrejar, como a lei daquele tempo mandava? Jesus ensina um modo diferente de lidar com os pecados: o perdão.
  • Ao perdoar a mulher pecadora, Jesus não está apoiando seus erros. Mas está dando a ela uma oportunidade de ir e não pecar mais, ou seja, de consertar a própria vida, de melhorar, de se aperfeiçoar, superando seus erros.
  • É para isso que serve o perdão: para nos dar outra chance e nos ajudar a consertar os nossos erros.
  • Um dos gestos preferidos por Jesus é o perdão. Já sabemos que Jesus não veio ao mundo para condenar, mas para salvar. Jesus mostra isso nesse diálogo com a mulher pecadora. Os escribas e fariseus querem, em nome da lei, condenar, apedrejar, matar. Esse é um gesto destruidor. Jesus não condena a mulher pelo seu passado. Apenas pede  que ela vá e tenha um futuro melhor. Com isso, Jesus transformou a vida daquela mulher. Libertou-a de um passado difícil e sofrido,  e abriu para ela novas chances futuras. Essa é a força do perdão. Quando erramos, temos uma sensação de estar fracassados. Só o perdão nos devolve a esperança de poder, no futuro, consertar nossos erros.  O perdão é um sinal de que as pessoas nunca são um caso perdido. Sempre há nova esperança. Sempre existe um futuro, uma nova chance.



4. Atividade

- Convidar a turma para aprofundar a reflexão sobre o perdão, brincando de “você decide”. Eu contei a história de um menino que não se "enturmava" e ficava perturbando os meninos que se reuniam para jogar bola. Um dia, esse menino furou a bola das outras crianças e aí formou uma grande confusão. Nesse momento, a história é interrompida para que as crianças decidam o seu final. 1º final - O dono da bola perdoa o menino, que se arrepende, compra uma nova bola para o time e se torna amigo dos demais; 2º final - Eles ficam bravos e querem bater no menino. Não perdoam o que ele fez e o chamam de chato. A mãe dele, que era quem não permitia que o filho brincasse com os outros garotos, fica revoltada e vai tirar satisfação com os meninos. Agora ela acha que estava cheia de razão em não deixar o filho brincar com eles. O time fica sem a bola e eles não podem mais jogar. (Do livro Jesus nosso Salvador, do Padre Orione Silva - Ed. Paulus)

A minha turminha escolheu o primeiro final. Eles entenderam que deveriam dar o perdão. Depois contei para as crianças o segundo final.





- Comparar os dois finais, dialogando com a turma:


Conclusão:

Perdão é isso. É tentar compreender o outro. É agir sem violência, de um modo diferente. Jesus agiu de um modo diferente ao perdoar a mulher que havia errado. O menino também agiu diferente ao perdoar o erro do outro. Todos queriam bater no garoto. Mas o menino, dono da bola, teve outra ideia. Isso é perdoar. Quem não perdoa perde muita coisa: perde a chance de compreender e ajudar o outro, perde mais um possível amigo, perde a alegria, perde a confiança das pessoas. Quem perdoa ganha muito: o menino que perdoou ganhou  outra bola, a amizade do outro menino, a compreensão de sua mãe e a alegria de fazer o outro feliz. Quem perdoa fica feliz e faz o outro feliz. É por isso que Jesus ensina o perdão. Quando alguém nos ofende, provoca ou magoa, vamos tentar agir como Jesus e como o menino da história. A pessoa que nos ofende é como o menino que furou a bola. Não está ofendendo por maldade. É uma pessoa que pode estar sofrendo e precisando de ajuda. Será uma alegria enorme poder ajudar.



5. Oração Final e Encerramento

  • Vimos no primeiro texto que Zaqueu acolheu Jesus e sua vida mudou. Como ele, vamos também fazer nossa oração a Jesus pedindo-lhe um coração aberto para receber sua visita e para deixar que ele transforme nossa vida.
  • Convidar a turma a pedir o perdão de Deus. O perdão é um grande ensinamento de Cristo. Se amamos o próximo, devemos entender o sentido do perdão. Quem entendeu os outros ensinamentos de Cristo, não terá dificuldade de entender a importância do perdão. Em silêncio, cada um vai pensar em seus erros, falhas, fraquezas. Vai pensar em todas as vezes que teve chance de perdoar um companheiro e não o fez, em todas as vezes que teve chance de agir com tolerância e agiu com violência... E vamos pedir perdão a Deus. Deus que é sempre bom e amoroso, vai nos perdoar e renovar as nossas forças para que a gente possa sempre amar e perdoar também.
  • Convidar a perdoar os companheiros. Em silêncio, cada um pode pensar nas vezes que magoou e ofendeu os outros, e por eles foi magoado e ofendido, em casa, na escola, na catequese, em tantos lugares, com palavras agressivas, ofensas desnecessárias, atitudes que magoaram...
  • Em sinal de reconciliação, dar um abraço nos colegas.
  • Encerrar e despedir-se da turma, cantando à vontade.


Fontes:
  • Bíblia Sagrada
  • Livro "O Caminho", da Diocese Duque de Caxias
  • Livro "Jesus, nosso salvador, do Padre Orione Silva

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Jesus e as Mulheres de Seu Tempo


Objetivos:

  • Enfatizar a valorização da mulher promovida por Jesus na cultura judaica.
  • Ressaltar a importância da cooperação de mulheres no ministério de Jesus.
  •  Refletir sobre o serviço feminino realizado na Igreja atual.

Ambiente:
  • Crucifixo, Bíblia, flores e vela. 

Recursos:

  • ½ folha de papel ofício e caneta para cada catequizando.
  • Objetos descartáveis: copos, pratos, garfos, colheres, luvas, máscara etc.


1. Acolhida e Oração Inicial
  • Preparar com zelo o ambiente. Receber a turma com carinho.
  • Cantar músicas animadas à escolha.
  • Acalmar a turma para colocar a mão no coração e invocar  a presença de Jesus, dizendo todos juntos: “Venha, Jesus, ficar em nosso coração. Venha ser  nossa rocha e nossa força. Nós o recebemos em nossa vida, como um amigo que vem os visitar. Nós precisamos do Senhor e o acolhemos com carinho. Amém!”
  • Cantar música suave. 


2. Relembrando o encontro anterior
  • Após ser batizado e apresentado ao povo, Jesus começou a sua missão.  Lemos no Evangelho de São Lucas, como foi a primeira pregação que Jesus fez para o povo.
  • Jesus chama seus discípulos para ir com ele levar a saúde aos doentes e a paz nas famílias
  • Vimos o cuidado de Jesus com os doentes. Há muitos textos  do evangelho que falam de Jesus e os doentes, pois esta era uma de suas ações mais importantes.

  • Desde o início de sua missão, Jesus se mostrou muito sensível à doença. Depois que ele saiu da Sinagoga,  que era a casa de oração de seu povo, ele foi para a casa de Simão Pedro e soube que a sogra dele estava com febre. Por causa da febre ela não podia se levantar, não podia acolher bem as pessoas, não podia cuidar da casa. Além disso, com febre a pessoa fica desanimada e abatida. Para os antigos  a febre não era explicada  e era uma coisa  que não vinha de Deus. Jesus sabendo da situação desta senhora, vai onde ela está, pega na mão dela e a ajuda a se levantar. Ela logo que é curada se coloca a serviço e acolhe as visitas com alegria. A partir daí outras pessoas sabem que Jesus curou e se colocaram na frente da casa pedindo que ele as tocasse para que ficassem curadas.
  • Como é o cuidado dos doentes hoje? Já visitaram algum doente? E quando ficamos doentes, gostamos de receber uma visita?

(Em seguida, perguntar às crianças se elas visitaram algum doente como combinamos).

Jesus acreditava em todos os enfermos, especialmente naqueles que ele libertava dos problemas da mente, que na época eram chamados “endemoniados”.

Vimos mais uma passagem bíblica, em que Jesus cura um menino com epilepsia. Vamos relembrar:

Jesus está descendo do Monte Tabor com Pedro, Tiago e João. Encontra os outros discípulos rodeados por uma grande multidão e trazendo um problema novo: um menino epilético que os discípulos não conseguem curar.

Este feito torna-se para Jesus uma oportunidade de ensinar aos discípulos e à multidão a importância da fé e da oração. O menino é curado e Jesus o toma pela mão para que fique de pé.

A cura deste menino é um sinal do poder de Jesus e da força da oração sobre o mal. Também nós hoje, somos rodeados por muitos males. Costumamos apresentá-los a Deus por meio da oração? Concordamos que tudo é possível para quem crê? Como são tratadas as pessoas doentes mentais em nossa comunidade? Conhecemos alguém assim? Como as acolhemos?


3. Desenvolvendo o tema

Propor a dinâmica:

Procedimento:
  • Fale: Na cultura judaica, as mulheres eram discriminadas, viviam à margem da sociedade... A participação na vida pública era limitada, não tinham voz... Não mostravam o rosto, pois tinha que ser coberto... Não podiam estudar nem ensinar... Uma conversa com uma mulher em público era um ato vergonhoso. 
  • Apresente os objetos descartáveis e fale: As mulheres no tempo de Jesus eram consideradas objetos... como os objetos, elas podiam ser usadas e descartadas! Estes objetos são descartáveis... Imaginem como se sentiam as mulheres dentro de uma cultura que as desvalorizavam! (Neste momento, coloque os objetos no saco de lixo).
  • Fale: Mas, com Jesus, as mulheres passaram a ser valorizadas. Jesus rompeu com os padrões impostos às mulheres, quando ele conversou, ensinou, curou, libertou e elas cooperaram com seu ministério.
  • Introduzir o tema do encontro a partir da dinâmica.
  • Conversar sobre a realidade das mulheres hoje. Convidar a partilhar como é a situação das mães... se trabalham, se estão sempre em casa, como elas cuidam da casa e dos filhos.
  • Convidar os catequizandos a descobrir algumas mulheres que aparecem nos evangelhos. As seguintes perguntas podem ajudar:

a) Como é nome da mãe de Jesus? (Lucas 1,27)
b) Como era o nome da mãe de João Batista? (Lucas 1,37)
c) Qual é nome da mulher que encontrou primeiro Jesus ressuscitado? (João 20,1)
d) Como era o nome das duas amigas que receberam Jesus em sua casa? (Lucas 10,38-39)
e) Como se chamava a cidade onde Jesus ordenou a um jovem filho  de uma viúva a se levantar do caixão? (Lucas 7,11)
f) Jesus curou no sábado uma mulher encurvada. Há quantos anos ela estava assim? (Lucas13,11)
g) Diga o nome das três mulheres que seguiam Jesus e seus discípulos junto com muitas outras mulheres. (Lucas 8,2-3)

Comentar as atitudes de Jesus com as mulheres: acolhida, compaixão, atenção, escuta...

A realidade das mulheres do tempo de Jesus não era muito fácil. Elas eram discriminadas, precisavam ficar sempre em casa e só eram consideradas em função de seus maridos.

Jesus, com suas atitudes anuncia uma Boa Nova para todas as mulheres e nós podemos perceber isso em diversas cenas dos evangelhos.

Entre todas as mulheres, Maria é a primeira que revela a novidade da ação divina, pois é chamada “cheia de graça” no momento da Anunciação e parte logo após para ir servir a sua prima Isabel.

Depois, vamos encontrar Jesus em várias situações significativas envolvendo as mulheres: ele cura a sogra de Pedro tomando-a pela mão (Mc 1,31), percebe-se que é tocado por uma enferma e a chama de filha (Mc 5,30-34); cura a filha de um chefe da Sinagoga (Mc 5,41); vê a viúva que deposita sua única moeda no Templo (Mc 12,42-44), deixa que uma mulher lave seus pés com as lágrimas e enxugue com os cabelos (Lc 7,36-50); chama mulheres para o grupo de discípulos (Lc 8, 1-4) e vai se hospedar na casa de Marta e Maria suas amigas, dando a Maria a dignidade de discípula que se senta aos seus pés e escuta sua palavra (Lc 10,38-42).

O ponto mais alto da atitude de Jesus com as mulheres é sua aparição a elas quando ressuscita dos mortos. São elas as primeiras testemunhas de que ele venceu a morte e continua vivo e presente em nossa história (Mc 16, 1ss).

Entre os judeus do tempo de Jesus, as mulheres ficavam fora da vida pública. No culto do sábado, elas eram meras espectadoras. Como os gentios, as mulheres tinham um pátio exterior especialmente designado a elas no Templo, do qual não podiam sair. Em público, os homens não falavam com uma mulher, nem mesmo com a esposa. Não era permitido às mulheres estudar a Lei, nem sequer tocar as Escrituras, a fim de não as contaminar. Embora os rabinos não ensinassem as mulheres, Jesus agia assim com alegria. Em certa ocasião, Maria, irmã de Lázaro, assentou-se a Seus pés como aluna (Lc 10,38-42). Aos homens era permitido divorciar-se das mulheres pelas ofensas mais triviais, mas às mulheres não era permitido divorciar-se, nem mesmo pelas mais sérias ofensas. Jesus tinha palavras fortes sobre a prática do divórcio, que tratava as mulheres como se fossem objetos dos homens (Mt 19,3-8).

Mas Jesus veio ensinar esses tolos que a mulher tem seu devido valor.


Foi Jesus que mudou a mentalidade desses fariseus.



4. História: Lucas 10, 38-42

Na história de hoje, Jesus vai visitar a casa de uns amigos. Vamos ver como ele vai ser recebido.

Certa vez, estando em viagem, Jesus resolveu parar na casa de uns amigos, para fazer-lhes uma visita. Jesus era muito amigo de três irmãos: Lázaro, Marta e Maria. Então resolveu dar uma paradinha na casa deles para um dedo de prosa. Quando ele chamou à porta, Marta veio correndo atender. Ficou imensamente feliz ao ver que era Jesus e disse toda empolgada: “Oh, que prazer recebê-lo em nossa casa! É uma alegria muito grande! Vamos entrando. A casa é sua. Fique à vontade. Sente-se!” Parece que nesse dia Lázaro não estava em casa, só as duas irmãs.

Ao convite de Marta, Jesus entrou e foi logo sentando. Marta conversou mais meia dúzia de palavras e pediu licença: “O Senhor não vá reparar, se eu entrar para cuidar da obrigação. É que eu tenho muita coisa para fazer lá dentro na cozinha. Vou preparar uma comidinha gostosa pra gente e dar um jeito nesta casa, que está uma bagunça”. E foi entrando, deixando Jesus sozinho na sala.

Nisso, chegou Maria, irmã de Marta. Cumprimentou Jesus com simpatia e sentou-se junto dele, iniciando um conversa atenciosa. Maria estava ansiosa para conversar com Jesus. Ela ouvia suas palavras com interesse e atenção. Ela adorava ouvir Jesus. Ele  tinha muitas coisas interessantes para lhe dizer. E mais: um bom papo com um amigo é sempre uma coisa muito boa. Maria valorizava a amizade, ainda mais a amizade de Jesus. E ficaram lá os dois conversando como bons amigos.

Enquanto isso, lá dentro, Marta cuidava da obrigação. Lavava roupas, limpava o chão, mexia nas panelas, numa correria sem fim. Marta era mulher aflita e não parava um minuto, ainda mais agora que estava com uma visita tão importante. A vida de Marta era uma correria contra o relógio. Não tinha tempo para nada. Então, percebendo que sua irmã, Maria, havia ficado na sala agradando Jesus, Marta se sentiu incomodada. Enxugou as mãos no avental, passou-as no rosto  e foi até a sala, pisando duro. Pensou: “Assim não dá! Eu aqui toda atarefada e Maria lá batendo papo com Jesus. E ele? Será que não desconfia que minha irmã tem tarefas a cumprir?” Sem perceber a grosseria que estava fazendo, disse a Jesus: “O Senhor não se importa que minha irmã me deixe sozinha a trabalhar, enquanto vocês ficam aí conversando? Peça a ela, Jesus, que venha me ajudar cá na cozinha. Estou cheia de coisas pra fazer!”

Jesus conteve o seu desapontamento e disse: “Marta, Marta! Você se preocupa com tantas coisas! Por isso não tem sossego. Fico feliz que Maria tenha tirado um pouco do seu tempo para me ouvir e conversar comigo. Ela escolheu a melhor parte e eu não vou pedir a ela que mude de idéia agora”.

Diante da resposta de Jesus, Marta ficou desconcertada e percebeu que um amigo vale mais que mil tarefas realizadas. Melhor ter tempo para os amigos. Então, fez como Maria. Parou com aquela correria e foi curtir a visita do amigo. Depois, todo mundo foi junto para a cozinha e logo tudo ficou pronto. Nunca mais Marta foi a mesma depois daquele encontro com Jesus.


Partilha:

- O que você achou da atitude de Marta?
- E da atitude de Maria?
- Qual das duas foi mais atenciosa com Jesus?
- Qual das duas foi mais inteligente?
- Por que Maria preferiu ficar agradando Jesus?
- Por que Marta fez pouco caso de Jesus?
- O que você faz quando recebe a visita de um amigo?
- E se esse amigo fosse Jesus? Se Jesus fosse visitar sua casa, você iria agir como Marta ou como Maria? Por quê?

  • O que a Palavra fala para nós?
Jesus está a caminho de Jerusalém. Para na casa de suas amigas Marta e Maria. Elas o  acolhem com carinho e atenção. Marta fazendo de tudo para servir bem a Jesus: preparando a comida com cuidado, limpando a casa, servindo e procurando deixar tudo bem arrumado. Maria, por outro lado,  quando chegou Jesus, não fez mais nada. Ficou sentada aos pés dele escutando o que ele estava ensinando. Marta fica com ciúmes e pede a Jesus a Jesus para corrigir Marta. Então Jesus dá a lição às duas e a nós: Não se pode ficar preocupado com muitas coisas e nos descuidar do mais importante. Ele então indica o que é mais importante e é a “melhor parte”: escutar sua palavra e seguir seus ensinamentos.


5. Atividades
  • Agora, entregue a metade da folha de papel ofício para cada catequizando.
  • Solicite para que façam o desenho de uma de suas mãos, contornando-a com a caneta.
  • Fale que a mão representa “trabalho, serviço, ação, atividade”.
  • Peça para que elas escrevam dentro da mão: Aquilo que as mulheres realizaram no ministério de Jesus. Depois, peçam para que os alunos escrevam o que as mulheres estão realizando na obra do Senhor, na atualidade.
  • Depois, faça uma comparação entre 03 situações, isto é, as atividades femininas realizadas antes de Jesus, com Jesus e depois de Jesus.
  • Para concluir, fale: Na atualidade, ainda as mulheres são discriminadas e desvalorizadas, muitas vezes no seu próprio lar, na igreja, no trabalho, na rua etc. Mas, lembremo-nos de que mesmo diante dos entraves que as mulheres da época de Jesus sofriam, elas participaram do ministério de Jesus, pois encontravam nele aceitação, o respeito, o amor, a valorização.

5. Encerramento e Oração Final
  •     Na história que ouvimos, de Marta e Maria, olhando para a atitude de Jesus que mostra como ele agia em relação às mulheres, vamos agradecer a Ele por nossa mãe, nossas irmãs, nossa professora e por todas as mulheres que conhecemos, pedindo a ele que nos ensine a ter respeito e atenção para com todas elas. 
  •     Com a mão no coração, vamos rezar: “Ó Jesus,  receba nossos corações! Queremos acolher o Senhor em nossa vida. Não queremos fazer pouco caso do Senhor, como Marta. Queremos acolhê-lo com alegria e atenção, como fez Maria. Sua presença é muito importante para nós. Seja bem vindo, Jesus. Fique conosco em nossos corações. Amém!”


Fontes:
  • Livro "O Caminho" (Diocese de Duque de Caxias)
  • Livro "Seguindo Jesus", do Padre Orione Silva 

"Sede Misericordiosos Como Vosso Pai é Misericordioso."



NOSSO PRIMEIRO ENCONTRO DO ANO...

Muitos dias programando este encontro. Ideias fervilhando na cabeça! Tanta coisa pra falar com os pequeninos... Ano Santo da Misericórdia, Quaresma, Campanha da Fraternidade e o tema que dá seguimento ao roteiro da Catequese!

Acolhi os pequeninos com o tema do Ano da Misericórdia: Decorei a porta de entrada com muitas flores, enfeitei a sala com corações e preparei lembrancinhas com detalhes de pequenos corações (saquinho com chocolate, pirulito, balas, doces e jujubas). Entreguei a cada criança o saquinho de doces com o nome de um colega escrito no coração de papel. Pedi que não contassem e guardassem a lembrancinha para ser entregue no final do encontro.






Motivei-os a fazer uma oração espontânea de agradecimento a Jesus, pela nossa família, pela nossa escola, pela catequese... Depois, com a mão no coração, rezamos juntos: "Venha, Jesus, ficar em nosso coração. Venha ser nossa rocha e nossa força. Nós o recebemos em nossa vida, como um amigo que vem nos visitar. Nós precisamos do Senhor e o acolhemos com carinho. Amém!"

Não podia deixar de falar para as crianças sobre o Jubileu do Ano Santo da Misericórdia! Este grande acontecimento da Igreja Católica, que iniciou em 08 de dezembro de 2015 e se concluirá no dia 20 de novembro de 2016, com a Solenidade de Cristo Rei do Universo.

Este é o ano feito para o coração. Ano da Misericórdia, que vem de "cordis" (coração) e de "miserere" (miséria), que juntas tem o significado de "compaixão", ou seja, levar ao nosso coração a miséria humana para que possamos ajudar a saná-las.

Como disse, no dia 08 de dezembro começou o Ano Jubilar da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, que recomendou que durante esse tempo realizássemos as obras de misericórdia. 

Mas o que são e quais são as obras de misericórdia?

As obras de misericórdia são as ações caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar, são obras de misericórdia espirituais, como perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem nomeadamente em dar de comer a quem tem forme, albergar quem não tem teto, vestir os nus, visitar os doentes e os presos, sepultar os mortos. Entre estes gestos, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna e também uma prática de justiça que agrada a Deus.

Em seguida, mostrei às crianças no Calendário Litúrgico o Tempo que estamos vivendo, ou seja, a Quaresma. Apresentei-lhes a proposta da Campanha da Fraternidade desse ano, motivando-os a refletir sobre o tema. 

O tema da Campanha da Fraternidade é "Casa comum, nossa Responsabilidade" e o lema "Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca", do livro de Amós 5,24. O profeta Amós afirma em seu texto que a situação social do povo é importante para Deus, e que o culto se torna vazio e mentiroso se as pessoas vão aos templos, oferecem sacrifícios para Deus, mas permitem que a injustiça degrade a vida dos pobres, filhos amados e filhas amadas de Deus.

O profeta deixa bem claro que a fidelidade a Deus tem tudo a ver com o cuidado que temos que ter, uns com os outros e com os dons da natureza. O texto destaca questões como o caos social, o rompimento das relações afetivas e da relação com Deus. Como lema da Campanha, a proposta é que as pessoas repensem suas vidas e mudem suas atitudes em prol do bem comum.

Preocupada em não atropelar os assuntos, falei em pouco sobre cada tema e no final vi que se interligavam. 

Foi um início, pois pretendo continuar a reflexão com os pequeninos, nos próximos encontros, sobre a Campanha da Fraternidade, bem como sobre o Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Seguindo o roteiro da Catequese, passei a falar aos pequeninos sobre o tema que dá continuidade ao programa.


JESUS E AS MULHERES DE SEU TEMPO

Refletindo sobre o efeito das obras de misericórdia em quem as pratica, vimos que as prática dessas ações caridosas nos vão tornando mais parecidos com Jesus, nosso modelo, que nos ensinou como deve ser a nossa atitude para com os outros.

Vamos aproveitar este ano todo voltado para a misericórdia de Deus para começarmos a atender ao pedido de Jesus: "Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso." (Lc 6,36) e praticarmos as Obras de Misericórdia que a Igreja nos ensina.

Vimos em encontros anteriores como Jesus é misericordioso... 

Ele tinha muito cuidado com os doentes. Há muito textos do Evangelho que falam de Jesus e os doentes, pois esta era uma de suas ações mais importantes. Desde o início, Jesus se mostrou muito sensível à doença. Lembramos que Ele curou a sogra de Pedro que estava acamada com febre, curou o menino com epilepsia... e muitas outras pessoas que se aproximavam pedindo que ele as tocasse para que ficassem curadas.

Jesus acreditava em todos os enfermos, especialmente naqueles que ele libertava dos problemas da mente, que na época eram chamados "endemoniados".

Jesus inaugura uma experiência do Reino que recupera as pessoas, restituindo-lhe sua integridade e sua dignidade.

Por atitudes, Jesus estabelece novas características à comunidade: igualdade e participação de homens e mulheres juntos, pois o amor de Deus é para ambos. Jesus se posicionou contrário a opressão e a marginalização da mulher bem como dos outros excluídos (cegos, mudos, leprosos, pecadoras públicas, coxos, paralíticos).

Ele não apenas convive, mas acolhe e promove os desprezados pela religião e pelo governo. Jesus oferece um lugar na convivência humana, acolhe como irmã e irmão aos que eram rotulados e relegados.

Na cultura judaica, as mulheres eram discriminadas, viviam à margem da sociedade, a participação da vida pública era limitada, não tinham voz, não mostravam o rosto, pois tinha que ser cobertos, não podiam ensinar nem estudar. Uma conversa com uma mulher em público era um ato vergonhoso. As mulheres do tempo de Jesus eram consideradas objetos que poderiam ser usadas e descartadas.

No culto de sábado, elas eram meras espectadoras. Como os gentios, as mulheres tinham um pátio exterior especialmente designado a elas no Templo, do qual não podiam sair. Em público, os homens não falavam com uma mulher, nem mesmo com a esposa. Não era permitido às mulheres estudar a Lei, nem sequer tocar as Escrituras, a fim de não as contaminar. Embora os rabinos não ensinassem as mulheres, Jesus agia assim com alegria. Em certa ocasião, Maria, irmã de Lázaro assentou-se a Seus pés como aluna (Lc 10, 38-42). 

Aos homens era permitido divorciar-se das mulheres pelas ofensas mais triviais, mas às mulheres não era permitido divorciar-se, nem mesmo pelas mais sérias ofensas. Jesus tinha palavras fortes sobre a prática do divórcio, que tratava as mulheres como se fossem objetos dos homens (Mt 19,3-8).

Como podemos ver, a realidade das mulheres do tempo de Jesus não era muito fácil. Elas eram discriminadas, precisavam ficar sempre em casa e só eram consideradas em função de seus maridos. Jesus, com suas atitudes, anuncia uma Boa Nova para todas as mulheres e nós podemos perceber isso em diversas cenas dos evangelhos.

Com Jesus, as mulheres passaram a ser valorizadas. Jesus rompeu com os padrões, quando ele conversou, ensinou, curou, libertou e elas cooperaram com seu ministério.

Na atualidade, ainda as mulheres são discriminadas e desvalorizadas, muitas vezes no seu próprio lar, na igreja, no trabalho, na rua etc. Mas, lembremo-nos de que mesmo diante dos entraves que as mulheres da época de Jesus sofriam, elas participaram do ministério de Jesus, pois encontravam nele aceitação, o respeito, o amor, a valorização.

Encerrando: Na história que ouvimos, de Marta e Maria, olhando para a atitude de Jesus que mostra como Ele agia em relação às mulheres, vamos agradecer a Ele por nossa mãe, nossas irmãs, nossa professora e por todas as mulheres que conhecemos, pedindo a Ele que nos ensine a ter respeito e atenção para com todas elas.

Com a mão no coração, rezemos: "Ó Jesus, receba nossos corações! Queremos acolher o Senhor em nossa vida. Não queremos fazer pouco caso do Senhor, como Marta. Queremos acolhê-lo com alegria e atenção, como fez Maria. Sua presença é muito importante para nós. Seja bem vindo, Jesus! Fique conosco em nossos corações. Amém!"

Terminada a oração, cada um entregou o saquinho de doce para aquele que constava o nome no coração e deu um abraço no colega.






ALGUNS MOMENTOS DO NOSSO ENCONTRO: