JESUS E AS MULHERES
Iniciando o nosso encontro, com a mão no coração invocamos a presença de Jesus, dizendo todos juntos: "Venha Jesus, ficar em nosso coração. Venha ser nossa rocha e nossa força. Nós o recebemos em nossa vida, como um amigo que vem nos visitar. Nós precisamos do Senhor e o acolhemos com carinho. Amém!"
Vimos nos encontros anteriores o cuidado que Jesus tinha com os doentes. Lemos um texto que narra que Jesus curou a sogra de Pedro que estava acamada e com febre. Lemos também uma outra passagem em que Jesus cura um menino com epilepsia. A cura deste menino é um sinal do poder de Jesus e da força da oração sobre o mal.
Hoje no nosso encontro falamos sobre a mulher em Israel no tempo de Jesus.
Iniciei mostrando várias figuras em que as mulheres aparecem na companhia de Jesus, falando rapidamente sobre cada situação.
Disse-lhes a seguir: Na cultura judaica, a mulher era discriminada, viviam à margem da sociedade, a participação na vida pública era limitada, não tinham voz, não mostravam o rosto, pois tinha que ser cobertos, não podiam estudar nem ensinar. Uma conversa com uma mulher em público era um ato vergonhoso.
Nesse momento, apresentei alguns objetos descartáveis e falei: As mulheres do tempo de Jesus eram consideradas objetos que poderiam ser usadas e descartadas. Estes objetos são descartáveis, imaginem como se sentiam as mulheres dentro de uma cultura que as desvalorizavam. (Neste momento coloquei os objetos na lixeira).
A mulher, entre os judeus, era não mais que um objeto pertencente ao marido, como seus servidores, suas edificações e demais posses legais. Ela devia ao esposo total lealdade, mas, por princípios, era considerada como naturalmente infiel, desvirtuada e falsa. Por esta razão, sua palavra diante de um juiz não tinha praticamente valor algum.
Aqui falei mais sobre como era a situação da mulher no matrimônio e na sociedade naquela época. (Ver abaixo)
Por esta breve visão, já dá para perceber o quanto Jesus, em sua época, revolucionou o tratamento oferecido pelos homens às mulheres. Com Jesus, as mulheres passaram a ser valorizadas. Jesus rompeu com os padrões impostos às mulheres, quando ele conversou, ensinou, curou, libertou e elas cooperaram com a sua missão.
Em seguida, conversamos sobre a realidade das mulheres hoje. Convidei as crianças a partilhar como é a situação das mães... se trabalham, se estão sempre em casa, como elas cuidam da casa e dos filhos.
Para concluir, falei: Na atualidade, ainda as mulheres são discriminadas e desvalorizadas, muitas vezes no se próprio lar, na igreja, no trabalho, na rua etc. Mas lembremo-nos de que mesmo diante dos entraves que as mulheres da época de Jesus sofriam, elas participaram da missão de Jesus, pois encontravam nele aceitação, o respeito, o amor, a valorização.
Terminada a partilha, lemos a passagem bíblica que está em Lucas 10, 38-42, em que Jesus vai visitar a casa de uns amigos.
Jesus está a caminho de Jerusalém. Para na casa de suas amigas Marta e Maria. Elas o acolhem com carinho e atenção. Marta fazendo de tudo para servir bem a Jesus: preparando a comida com cuidado, limpando a casa, servindo e procurando deixar tudo bem arrumado. Maria, por outro lado, quando Jesus chegou, não fez mais nada. Ficou sentada aos pés dele escutando o que ele estava ensinando. Marta fica com ciúmes e pede a Jesus para corrigir Marta. Então Jesus dá a lição às duas e a nós: Não se pode ficar preocupado com muitas coisas e nos descuidar do mais importante. Ele então indica o que é mais importante e é a "melhor parte": escutar sua palavra e seguir seus ensinamentos.
Na história que ouvimos, de Marta e Maria, olhando para as atitudes de Jesus que mostra como ele agia em relação às mulheres, vamos agradecer a ele por nossa mãe, nossas irmãs, nossa professora e por todas as mulheres que conhecemos, pedindo a ele que nos ensine a ter respeito e atenção para com todas elas.
Com a mão no coração, rezamos: "Ó Jesus, receba nossos corações! Queremos acolher o Senhor em nossa vida. Não queremos fazer pouco caso do Senhor, como Marta. Queremos acolhê-lo com alegria e atenção, como fez Maria. Sua presença é muito importante para nós. Seja bem-vindo, Jesus! Fique conosco em nossos corações. Amém!"
Dinâmica: As mulheres do tempo de Jesus
Apresentei alguns objetos descartáveis e falei: As mulheres do tempo de Jesus eram consideradas objetos que poderiam ser usadas e descartadas. Estes objetos são descartáveis, imaginem como se sentiam as mulheres dentro de uma cultura que as desvalorizavam. (Neste momento coloquei os objetos na lixeira).
A Mulher em Israel na Época de Jesus
"A mulher, entre os judeus, era não mais que um objeto pertencente ao marido, como seus servidores, suas edificações e demais posses legais. Ela devia ao esposo total lealdade, mas, por princípios, era considerada como naturalmente infiel, desvirtuada e falsa. Por esta razão, sua palavra diante de um juiz não tinha praticamente valor algum.
Embora ela fosse obrigada a ser fiel ao matrimônio, o marido não tinha os mesmos valores matrimoniais. Além de tudo, ele podia rejeitá-la por qualquer motivo, mesmo que, legalmente, não pudesse negociá-la como qualquer outra propriedade. Dificilmente a esposa poderia, por iniciativa própria, se desligar do casamento.
Uma mulher envolta em laços conjugais não podia jamais ser contemplada por outro homem, ou por ele ser abordada, mesmo que fosse para uma simples saudação. No interior da sociedade judaica, ela ocupava uma posição bem inferior à do homem. Até na esfera espiritual, a mulher era considerada desigual, e para ela estava reservado um local à parte no templo, assim como era obrigada a caminhar, na rua, distante dos homens.
Legalmente ela era proibida de tudo e estava constantemente submetida a todas as punições civis e penais imagináveis, sujeita até mesmo à pena capital. Também nos momentos das refeições a mulher era isolada, pois ela não podia se alimentar ao lado dos homens. Assim, ela permanecia em pé, pronta para ajudar o marido a qualquer instante.
Normalmente as mulheres viviam reclusas em suas residências e as janelas quase sempre, eram construídas com grades para que elas não pudessem ter seus rostos vislumbrados pelos passantes nas ruas. Se um homem tentasse se dirigir a uma mulher, cometia um pecado muito sério.
Por esta breve visão já é possível perceber o quanto Jesus, em sua época, revolucionou o tratamento oferecido pelos homens às mulheres. Um dos episódios mais chocantes do Evangelho é justamente aquele no qual Ele se dirige à mulher samaritana. Este povo era aguerrido adversário dos hebreus, desde a cisão entre as tribos de Israel.
Assim, ao se revelar como o Messias para alguém desta comunidade, especialmente uma mulher, Ele deixou tanto samaritanos como judeus perplexos. Além disso, Jesus mantinha entre seus discípulos e seguidores, diversas mulheres, entre elas, Maria Madalena, vista com preconceito pelos judeus, que a consideravam uma traidora de seus princípios, como uma prostituta.
Não bastando isso, Ele curava indistintamente homens e mulheres, e procurava integrar socialmente aquelas que tinham sido excluídas. Ele mesmo até perdoou a mulher adúltera, a qual os judeus costumavam apedrejar até a morte. E foi justamente uma mulher que testemunhou sua Ressurreição, embora até os discípulos mais fiéis de Jesus encarassem suas palavras inicialmente, com descolado ceticismo.
Na época, mesmo a mulher não sendo infiel ao esposo, se este fosse dominado pelo espírito do ciúme, como está escrito na lei mosaica sob o título "A Oferta do Ciúme", ele poderia levá-la diante do sacerdote, mesmo sem nenhum testemunho ou flagrante, e realizaria então esta oferta ritual. Desta forma, ela ficaria para sempre marcada e amaldiçoada diante da sociedade judaica."
Fontes: José Carlos Leal, Maria Madalena. A Testemunha da Paixão, Léon Denis Gráfica e Editora, Rio de Janeiro, 2009.