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sábado, 12 de setembro de 2015

A Marca do Sangue


Deus então manda nove pragas para os egípcios (Êx 7,19; 10,29). Maldições duríssimas para aquela nação. No entanto, Faraó não se dobrou diante do Poderoso Deus. Veio então a mais dura das pragas: todos os primogênitos dos animais, das pessoas, dos servos ou dos senhores morreriam naquela noite. Mas a casa que tivesse a marca do sangue nos umbrais das portas não seria tocada. Se você ler o capítulo 12 a partir do verso 29, verá que toda casa do povo de Deus que tinha a marca do sangue do cordeiro, que havia sido sacrificado para a celebração da páscoa, foi livre da morte.

Na semana passada falei sobre a Libertação do Povo de Deus da escravidão do Egito, mas fiquei achando que deveria voltar ao assunto para explicar melhor sobre a Páscoa dos judeus para que as crianças entendessem melhor a Páscoa de Jesus.


Iniciamos o nosso encontro rezando juntos, de mãos erguidas, como Moisés rezava na montanha: Ó Deus de amor, nós sabemos que o Senhor está neste lugar, bem junto de nós. Nós confiamos no Senhor e ficamos felizes de poder contar com a sua presença. Queremos entregar ao Senhor toda a nossa vida e pedimos que o Senhor seja sempre o nosso melhor amigo. Amém!

Hoje eu fiz um dinâmica com a turma. É que tenho notado que muitos ainda não entenderam o compromisso que assumiram com a catequese, ou melhor, com Jesus. Pensando bem, acho até que não são as crianças que não compreenderam, mas sim, alguns pais, pelas explicações que dão para tentar justificar a falta de seus filhos aos encontros. Um dia, uma  mãe me disse que a filha não tinha ido à catequese no sábado porque tinha ido dormir na casa da coleguinha, na sexta-feira (morri!!! rs). E essa menina ama ir à catequese! E muitas outras desculpas esfarrapadas eu já ouvi... Mas temos orientação de que não podemos falar nada, que temos que ser pacientes... Os catequizandos gostam de ir aos encontros e até percebo neles uma certa frustração por ter faltado, por não ter participado daquele encontro, mas eu sei que eles são pequenos e têm que fazer o que os pais decidem. Mas, enfim, quem sabe, depois de refletirmos juntos sobre isso, as crianças não ensinam para os seus pais o que é prioridade, o que é essencial em nossas vidas? Já temos conseguido alguma coisa, pois eles têm conseguido trazer os pais à igreja em certas ocasiões...

Depois da oração, dei início à dinâmica. Antes dos catequizandos entrarem na sala, havia separado uma cadeira e nela colocado o nome MARIAZINHA. Escondi uma boneca (Mariazinha) num armário, em outra sala, na igreja. Quando as crianças entraram, disse-lhes que teríamos uma visita e que ela estava para chegar a qualquer momento. Peguei o celular e fingi estar ligando para a casa da Mariazinha. Simulei uma conversa, para que elas pensassem que havia uma outra pessoa do outro lado. Elas ouviram que a Mariazinha já havia saído de casa e que estava a caminho da igreja. Agradeci e disse para "a pessoa" que estávamos aguardando a sua chegada.

Depois, após fazermos uma breve recordação dos nossos encontros anteriores, pedi que localizassem na Bíblia a passagem que fala das dez pragas do Egito. Lemos alguns trechos e, a seguir,  passei a explicar-lhes:
Repetidas vezes, Moisés e Arão, seu irmão, disseram ao Faraó: "Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo... " Mas o Faraó, de coração endurecido, dizia: "Quem é o Senhor para que lhe ouça a voz, e deixe ir Israel? Não conheço o Senhor (Jeová), nem tampouco deixarei ir Israel" (Êxodo 5,1-2). Deus, então, por mãos de Moisés, desencadeou sobre o Egito as famosas Dez Pragas. Cada uma delas seria não somente um juízo divino contra o Faraó e o Egito, mas também uma demonstração da nulidade dos falsos deuses por eles adorados. Faraó e os egípcios haveriam de saber que "só o Senhor é Deus e que ninguém há como o Senhor" (Êxodo 6,7; 7,17; 8,10,22; 10,2; 12,12). A última praga, a mais terrível, foi a morte dos primogênitos... Naquela noite, por ordem divina, Moisés instituiu a Páscoa!

Na véspera, Deus disse a Moisés que um anjo destruidor seria enviado para matar todos os primogênitos do Egito. Simultaneamente, as familias hebreias deveriam, cada uma delas, matar um cordeiro macho, de um ano e sem defeito, assá-lo e comê-lo com pães ázimos (sem fermento) e ervas amargas (para lembrar a amargura da escravidão). Eles fariam isto "com os lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão... (Êxodo 12,11), ou seja, prontos para partir! O sangue do cordeiro deveria ser passado nas vergas das portas, do lado de fora. Seria um sinal, uma identificação das casas hebreias. O anjo passaria adiante, por cima destas casas, e não mataria os primogênitos hebreus. Na língua inglesa, a palavra para páscoa judaica é passover (pass over, passar por cima). 
Claro, o sangue na porta era mais um testemunho de fé e obediência da família do que um sinal para o anjo...

À meia noite que precedeu a saída dos israelitas do Egito, os primogênitos dos egípcios foram mortos, ao passo que os primogênitos de Israel foram poupados pelo Senhor depois de seguirem as instruções divinas. Como disse, o Povo de Deus foi orientado a aspergir as umbreiras das portas de suas casas com o sangue do cordeiro sacrificado à tardinha.

Foi assim que se deu o Êxodo ou saída de Israel do Egito, e início de de sua longa jornada pelo deserto, até chegar de volta a Canaã, a Terra Prometida. 

A passagem da escravidão à liberdade, pela ação de Deus, foi a páscoa para o povo israelita. Por isso, a cada ano o povo continuou a celebrar esse dia tão importante de suas vidas e fazia isto como um memorial do que vivenciaram quando saíram do Egito. Nós chamamos esta celebração de "páscoa judaica", pois posteriormente o povo israelita foi chamado de judeu. 

Aquele cordeiro sacrificado pelos judeus era o símbolo apropriado de Cristo, "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Ele também morreu à tardinha, às três horas da tarde de sexta-feira, no dia em que era comemorada a páscoa pelo povo judeu.

Jesus, sendo do povo judeu, também celebrava anualmente esta festa, mas na páscoa anterior à sua morte, Jesus a celebrou dando um novo significado. Ele mesmo se colocou como cordeiro pascal cujo sangue é derramado para nossa salvação. Jesus abençoa o pão e o vinho e diz que são seu corpo e sangue doado a nós. Ele pede também que repitamos isso como memorial: "Façam isto em memória de mim". A Páscoa de Jesus foi também um êxodo, porque foi uma passagem da morte à ressurreição. A cada domingo nós celebramos a Páscoa de Jesus.

Vimos que no dia da saída do povo de Deus do Egito, toda casa que tinha a marca do sangue do cordeiro, que havia sido sacrificado para a celebração da páscoa, foi livre da morte. Hoje, nós somos esta casa. E o cordeiro que foi sacrificado por nós, chamado Jesus Cristo de Nazaré, colocou em nós a marca do Seu sangue no dia em que o confessamos como Senhor e Salvador de nossas vidas. Somos marcados e, por isso, a morte, as trevas, o inimigo não pode nos tocar. Não há maldição, nem praga que chegue até aqueles que tem a marca do sangue do Cordeiro.

Nossa libertação do pecado depende de aceitarmos o sangue de Cristo derramado no Calvário como resgate da nossa alma.

Parei por aqui, com a sensação de que tinha ainda muito a falar. Entreguei para cada um, uma folhinha de atividades e, enquanto eles a resolviam, peguei o celular e "liguei para a Mariazinha". Falei como se tivesse alguém do outro lado, perguntando se tinham notícias sobre a Mariazinha. Fingindo espanto, eu disse em voz alta: - Ela ligou pra casa dizendo que já chegou aqui??!! Mas não veio até à nossa sala... Só se ela estiver na igreja!

Após despedir "da pessoa", convidei as crianças para irmos até à igreja para ver se a Mariazinha estava lá. Depois de muito procurar, fingi encontrá-la dentro de um armário e, "assustada", disse-lhes que ela estava morta. Voltamos para a sala e passei a examinar a Mariazinha para descobrir qual a causa de sua morte. Abri a roupinha da Mariazinha e de dentro do seu coração passei a tirar os papeizinhos com as causas da sua morte. Com a ajuda das crianças, ficamos analisando por que aquelas atitudes a haviam matado (tenho essa dinâmica no meu blog, com o título "Dinâmica da Mariazinha").

Expliquei-lhes que é muito triste a vida de uma pessoa que se afasta de Deus; é uma vida vazia, sem sentido, porque a verdadeira alegria só experimentamos quando colocamos Deus no centro de nossas vidas. Deus é a vida plena, a felicidade completa. Quando me afasto de Deus, abandono o caminho da felicidade e começo a fazer tudo errado, porque somos fracos, sujeitos ao pecado. Longe de Deus, a pessoa perde a capacidade de controlar as suas fraquezas e passa a agir de modo descontrolado, praticando o mal. Daí surgem as consequências, pois o pecado estraga a vida da pessoa e faz secar sua fé, sua alegria, sua esperança, enfim, faz com que ela se torne uma pessoa muito infeliz; coloca-a numa situação de morte.

Concluindo, disse-lhes que precisamos nos divertir, brincar, passear, enfim, aproveitar as coisas boas que Deus tem pra nós. Mas não podemos deixar Jesus, nosso melhor amigo, em último lugar na nossa vida, como Mariazinha deixou. Pelo contrário, ele tem que estar em primeiro lugar. Não podemos esquecer jamais os compromissos que assumimos com Deus!

Por fim, falei-lhes guardando no coração a amizade com Jesus e praticando o que ele nos ensinou, viveremos sempre perto de Deus, que nos ama tanto.

Quanta coisa eu aprendi hoje! Ensinei e aprendi... Sim! Pois enquanto ensinamos, estamos aprendendo!

Obrigada, Senhor! Emo
ALGUNS MOMENTOS DO NOSSO ENCONTRO





Procurando a Mariazinha.... 




















Achou!!!




































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