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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Sobre Homossexualidade



(Procurando entender ...)

O texto a seguir é de autoria do Tiba, membro da Comunidade Canção Nova. Achei muito interessante o seu conteúdo, o que motivou-me a refletir sobre o assunto. 

"UM JOVEM COM TENDÊNCIA HOMOSSEXUAL ME DISSE ...

"Tive uma conversa com um jovem certa vez que me disse: “Eu tenho tendência homossexual”. Perguntei pra ele há quanto tempo, e ele me disse: “Desde que eu me entendo por gente.” E não era um jovem do “mundão”; ele participava da “carismática” e servia na paróquia. No meio do papo ele me disse uma coisa interessante: “Tenho tendência homossexual, tenho consciência disso, sinto atração por rapazes, porém eu fiz a escolha de não viver a homossexualidade; vivo a castidade e sou feliz, não sou frustrado, quero fazer a vontade de Deus na minha vida.” Foi uma conversa muito boa, ele me revelou as suas lutas, suas dificuldades e me pediu oração. Também pude partilhar com ele, que a luta que ele tinha, era semelhante a luta de muitos homens, que mesmo não tendo tendência homossexual, vivem lutando pra serem fiéis às suas esposas, lutando pra viver a castidade em seus respectivos estados de vida, porque também eram lutas dos afetos e da sexualidade. Quando ele foi embora, eu fiquei pensando: Esse jovem realmente se encontrou com Deus e encontrará com Ele na glória eterna, porque lá viveremos todos como os anjos do céu, como disse Jesus em Mc 12, 25. Esse rapaz almeja viver na terra a prefiguração do que todos iremos viver no céu. Te encontro lá meu jovem!"
O que percebo é que o tema é evitado pelas pessoas que estão próximas a mim, pois não ouço ninguém falar sobre isso em nenhum encontro nas igrejas. Parece que todos temem encarar uma realidade que não dá para ser escondida, que precisa ser esclarecida à luz da verdade. Existe, como se fosse um acordo, de ninguém tocar no assunto. Fico pensando no que dizer, se algum dia alguma criança me fizer uma pergunta relacionada ao tema em questão.

Sei que é complicado, reconheço que é preciso muito tato, muita prudência no trato desse assunto, pois qualquer comentário pode ser interpretado como preconceito e ser taxado como entendimento homofóbico. Mas a questão não pode ser evitada; nós, educadores e evangelizadores, precisamos saber como lidar com tal situação.
Autor do texto abaixo: Vanildo Paiva
Tema-de-atualidade-catequese

"A homossexualidade tem ocupado cada vez mais os debates na sociedade atual, especialmente nas áreas das ciências humanas, como no campo científico e médico, psicológico, ético e teológico, político e sociológico, familiar e pastoral, etc. Também no campo catequético trata-se de um aspecto que chama a atenção e demanda respostas às vezes bem práticas dos catequistas. Quantas vezes o catequista se pergunta ou é questionado com perguntas semelhantes a estas: “Fulano é gay. Ele pode ser catequista?”, ou “aquele(a) catequizando(a) tem jeito de ser homossexual. Ele (a) pode ser crismado(a)”?, ou ainda, “estou percebendo que meu catequizando parece estar ‘começando’ a ser gay; será que indicar um psicólogo ou mandá-lo ao padre vai ‘consertá-lo’?”

Tratar dessas questões não é muito simples, pois envolvem inúmeras e complexas reflexões. Isso não dispensa a Igreja e nossos catequistas de pensarem a questão da homossexualidade sem preconceitos e com a seriedade que o fenômeno merece. Na ausência de uma “teologia da cidadania homossexual” (TRASFERETTI; ZACHARIAS), o que se faz urgente, cabe-nos abrir caminhos para a compreensão e encarar a homossexualidade, situando-a num contexto maior de onde ela nunca deve ser retirada: da sexualidade como um todo. 

A Igreja ainda fala pouco sobre o assunto e os pronunciamentos do Magistério são reticentes, desconfiados das conclusões advindas da psicologia e de outras ciências, e marcados pelo rigor doutrinal, às vezes bastante duros. Se, por um lado, a realidade cobra cada vez mais atitudes pastorais de solicitude e acolhida plena àqueles(as) que são homossexuais, por outro lado a continuidade histórica do ensinamento da Igreja exige dela que seja prudente no que ensina (às vezes gerando morosidade e inflexibilidade). Chegar a uma harmonia entre o “esplendor da verdade” e o “esplendor do amor” é o grande desafio!"






Muito esclarecedor o texto abaixo, de autoria do Padre Anderson Marçal da Comunidade Canção Nova:



Todos somos heterossexuaisk



A Igreja, que é mãe e mestra, acolhe cada pessoa como Jesus as acolhe, aceitando o pecador, mas não o pecado.

A homossexualidade pode ser definida como uma atração sexual prevalente e estável por pessoas do próprio sexo. Sendo simplesmente uma atração (inclinação, tendência…), como outras tendências (musicais, esportivas, alimentares…), independente da identidade da pessoa, a homossexualidade não constitui o aspecto essencial e não é, portanto, a natureza, a condição ou o estado dessa pessoa.












Pode-se afirmar, a rigor de lógica, que não existem homossexuais, mas pessoas com orientações homossexuais. É fundamental distinguir entre a tendência homossexual e a pessoa que prova essa tendência. Pode-se considerar a homossexualidade um problema, desaprovar as uniões homossexuais e considerar imoral tais atos; mas nos confrontos dessas pessoas são necessários compreensão e respeito. Do mesmo modo, uma atitude crítica em relação à homossexualidade não significa “homofobia” nem desprezo com pessoas que possuem essa tendência.

A homossexualidade não é determinada pelo comportamento sexual. Existem, de fato, pessoas com tendências homossexuais absolutamente castas ou que possuem relações heterossexuais, assim como existem pessoas com uma orientação heterossexual, mas que, por diferentes motivos, experimentam comportamentos homossexuais, sem que estes modifiquem sua orientação sexual.
A homossexualidade não diz respeito apenas e exclusivamente à orientação sexual. Sua raiz se coloca como a identidade de gênero, ou seja, a consciência do papel que os indivíduos do próprio sexo desenvolvem na sociedade. O fundamento da homossexualidade – como evidenciou Alfred Abner (1870-1937) e foi confirmado mais recentemente por Irving Bieber (1908-1991) – é que os homens que provam tendências homossexuais não se percebem à altura dos outros homens, capazes de poder satisfazer as exigências que a sociedade faz aos representantes do próprio gênero, dotados daquelas características viris que, na realidade, cada homem deve fastidiosamente construir. Esses admiram, invejam e, portanto, sentem-se atraídos por outros homens que veem mais desejosos de si.
Isso implica que as pessoas com tendências homossexuais são, na realidade, heterossexuais com problemas de identidade de gênero. Não existem, portanto, “homossexuais latentes”, porque não existe uma natureza homossexual que possa não se manifestar, nem existe uma tendência homossexual se ela não é advertida; e mais ainda, pode-se afirmar que as pessoas com tendências homossexuais são, na realidade, “heterossexuais latentes”.
Outra distinção importante é aquela entre as pessoas com tendências homossexuais e os gays: enquanto a palavra “homossexualidade” indica simplesmente uma atração ou tendência, a palavra “gay” indica uma identidade sócio-política. Nem todas as pessoas com tendências homossexuais se reconhecem na identidade gay; a maior parte deles não é orgulhoso dessa inclinação e, por isso, sofrem muito, nem mesmo consideram a homossexualidade positiva para si e para a sociedade. Uma das questões mais debatidas sobre o argumento homossexual é se a homossexualidade é algo natural. A questão nasce de um equívoco de fundo: não é de fato natural tudo que existe, nem mesmo tudo que fazem os animais. O termo “natural” indica aquilo que deveríamos ser, aquilo que seremos se o nosso desenvolvimento não encontrasse obstáculos. Em uma palavra, é o nosso projeto vital.
Da mesma forma que a obesidade existe, mas não é natural, também a homossexualidade não é natural, porque todas as pessoas são heterossexuais, a não ser que algo intervenha, elimine a sua identidade de gênero e faça surgir um sentido de inferioridade, de diversidade e dificuldade em relação às outras pessoas.
Os ativistas gays fortemente sustentam a hipótese de que a homossexualidade tenha uma causa biológica. No imaginário comum, de fato, tudo aquilo que é biológico é facilmente identificado como alguma coisa de inelutável, e que, portanto, deve ser aceito. Todavia, estudos científicos excluem a possibilidade de uma causa biológica da homossexualidade: independente de títulos jornalísticos tanto de grande circulação como não tanto, não existe um “gene gay”, um “cérebro gay” ou um “hormônio gay”; no máximo – mas sem nenhuma certeza científica – pode-se fazer hipótese de uma predisposição biológica que é bem diferente de uma causa biológica. Mas, com certeza, há influências ambientais (familiar, social, experiência de vida etc.) que determinam um sentido de inferioridade em relação às pessoas do mesmo sexo, e, portanto, o desenvolvimento da homossexualidade.
A título de conclusão: é possível que uma pessoa com tendências homossexuais mude sua orientação sexual? Sim. Há testemunhos de experiências clínicas (Nicolosi, van den Aardweg, Bieber, Spitzer…) como também de associações de pessoas que mudaram sua orientação sexual. Existe também uma vastíssima bibliografia, seja em português ou em outras línguas, principalmente em inglês e francês, muito importantes, como a carta que Joseph Ratzinger escreveu: CARTA AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA SOBRE O ATENDIMENTO PASTORAL 
DAS PESSOAS HOMOSSEXUAIS.
Antes de darmos um juízo final sobre tal comportamento ou tendência, saibamos que por trás de cada um existe uma história, e que a Igreja, que é mãe e mestra, acolhe cada pessoa como Jesus as acolheu, aceitando o pecador, mas não o pecado. Ajudemos a cada um desses nossos irmãos e irmãs com nossa oração e caridade.


E, para estarmos preparados para responder e esclarecer perguntas que porventura surgirem, por parte de nossos catequizandos, peçamos ao Espírito Santo que nos ilumine, que nos dê discernimento, para que saibamos responder e esclarecer as dúvidas dos pequeninos com a sabedoria que vem de Deus. Que possamos ter os nossos olhos, ouvidos e coração atentos à voz do Senhor! 

Abaixo, sábios ensinamentos da nossa Igreja, nas palavras do saudoso Cardeal Dom Eugênio Sales:


Dom Eugênio: A Igreja e o homossexualismo

Diante de manifestações favoráveis ao homossexualismo, parece-me oportuna uma abordagem do assunto, tranquila e serena, dirigida aos católicos à luz dos ensinamentos da Igreja nessa matéria. Esse tema, por vezes, provoca reações apaixonadas. Prevalece, no entanto, o dever de proclamar a verdade!

Ao tratar do sexto mandamento da lei de Deus, o “Catecismo da Igreja Católica” (nº 2357) assim se expressa: “A homossexualidade designa relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, e exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada”. O Catecismo não pretende propor uma explicação sobre as causas que dão origem ao homossexualismo, pois isto não é função do Magistério da Igreja, mas da Ciência, cujas conclusões estão longe de ser definitivas. Ao mesmo tempo não teme afirmar que os atos daí decorrentes são intrinsecamente desordenados. Com isso não tenciona ferir ninguém, mas simplesmente cumprir a missão de ser fiel às Sagradas Escrituras e à Tradição. A Revelação divina apresenta uma inequívoca condenação à atividade homossexual. Essa atitude relatada nos Livros Sagrados não pode ser entendida como mera acomodação a um contexto social ultrapassado. 

O livro do Gênesis (19,1-29) descreve a destruição de Sodoma e Gomorra. A prática ali vigente, contra a moral, era muito difundida e tomou o nome da cidade: sodomia. Era abominável aos israelitas e punida com a morte (Levítico 18,22; 20,13). O texto sagrado não admite dúvidas: “O homem que se deita com outro homem como se fosse uma mulher ambos cometeram uma abominação, deverão morrer”. Esse mal era difundido entre outros povos (Levítico 20,23 e Juízes 19,22 ss). No Novo Testamento, São Paulo escreveu na Epístola aos Romanos (1,24-27): “Por isso Deus os entregou a paixões aviltantes: suas mulheres mudaram as relações naturais por relações contra a natureza; igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns com os outros, praticando torpezas homens com homens e recebendo em si mesmos a paga de sua aberração”. 

Há diversas outras citações bíblicas na mesma orientação doutrinária. Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, o Magistério eclesiástico sempre declarou que “os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados” (“Persona humana”, 8). Alguns documentos emanados da Congregação para a Doutrina da Fé têm tratado amplamente do assunto. Sob o titulo “Persona Humana”, publicado em 1975, surgiram diretrizes precisas. Posteriormente, a 1º de outubro de 1986, veio a lume a “Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais”. O ensinamento do Magistério está sinteticamente exposto no “Catecismo da Igreja Católica” (n. 2358 e ss). Aborda diversos aspectos do problema. Assim “são contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (“Catecismo”, nº 2357).

Devemos distinguir entre tendência e atos homossexuais. A simples inclinação não leva necessariamente à ação, pois não se pode ignorar a liberdade humana. Esta confere à pessoa a capacidade de resistir. Jamais faltará a graça de Deus a quem a busca. Assim, um homem violento, reconhecendo suas más inclinações, usa dos meios para conservar o autocontrole. Quantos sentem uma tentação para o roubo, a desonestidade, mesmo o homicídio e conseguem superar esse momento de crise! Para alcançar tal resultado, o cristão não conta apenas com suas forças porque é assistido pela ajuda divina. Possuir a tendência ao homossexualismo não significa algo ofensivo a Deus e aos homens. O pecado está no ato livremente praticado. A ofensa ao Senhor está em ceder a esse impulso, pois não falta auxílio do Altíssimo a quem o procura, para observar a ordem moral por Ele estabelecida. 

A “Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais”, aprovada e publicada por ordem do Santo Padre João Paulo II, nos ensina que Deus ama o homossexual e a Igreja o vê como pessoa, para além das distinções relativas à sexualidade. A prática de atos homossexuais não é motivo de orgulho, pois eles ofendem ao Senhor. Diz o “Catecismo da Igreja Católica” (nº 2359): “As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã”.

Preciosas as diretrizes contidas nesta “Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais” (nº 10): “É de se deplorar firmemente que as pessoas homossexuais tenham sido e sejam ainda hoje objeto de expressões malévolas e de ações violentas. Semelhantes comportamentos merecem a condenação dos pastores da Igreja, onde quer que aconteçam (...). Todavia, a necessária reação diante das injustiças cometidas contra as pessoas homossexuais não pode levar, de forma alguma, à afirmação de que a condição homossexual não seja desordenada”.

Toda a campanha em favor do homossexualismo, bem estruturada e muito difundida, não ajuda a resolver os males resultantes. Pelo contrário, agrava-os. Os sofrimentos decorrentes de atitudes anti-cristãs, infelizmente ainda existentes, em alguns ambientes, por vezes tornam-se mais acentuados. Propor solução não correta pode criar outros problemas. Por exemplo: elevar a união de homossexuais ao nível do matrimônio, a adoção de crianças ... Nós, cristãos, devemos combater a discriminação promovendo a dignidade da pessoa humana, amada por Deus.

Este é o ensinamento da Igreja, em nome de Cristo, transmitido a seus fiéis e às pessoas de boa vontade.

D. Eugênio de Araújo Sales
Arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro
Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro



Paz e bem!



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