"Nossa primeira vocação é o amor." Luzia Santiago |
Olhando a imagem acima, senti uma emoção muito forte. Lágrimas me vieram aos olhos. E veio um desejo imenso de falar sobre o amor. Mas será que existe algo que ainda não foi dito sobre o amor? Os poetas o definem com tão belas palavras, que fico imaginando de onde sai tão grande inspiração.
Só sei que o amor não se explica. Alguns já disseram que se houvesse explicação, não seria amor. Sobre o tamanho do amor, já ouvi que a medida do amor é amar sem medidas. Uns dizem que o amor faz doer, outros acham que quando é amor não faz sofrer.
Ah, o amor! Todos querem ser amados. Como fica forte uma pessoa que sabe que é amada! Mas é certo que poucos saber amar.
Muitas vezes, diante de uma decepção, de uma traição por parte de alguém que amamos, ficamos em dúvida sobre a existência do amor. Mas quando isso acontecer, olhe para a a Cruz. Ali está a resposta exata do que é o Amor: o amor verdadeiro, o Ágape.
Segundo a descrição que o apóstolo Paulo fez, a pessoa que é dotada do amor ágape revelará as seguintes características:
"O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido; não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo." (1Cor 13,4-7)
Nascemos sabendo amar, ou amar se aprende? Amor é um sentimento ou amor é uma decisão? Só sabe dar amor aquele que recebe amor? São perguntas que fazemos e encontramos respostas diversas.
O que significa Ágape?
Antes de explicar o significado da palavra Agape, é preciso saber que o Novo Testamento foi escrito em língua grega, que era uma das principais e mais importante línguas faladas do mundo na época. Essa informação irá ajudar muito a compreendermos o sentido do uso dessa palavra na Bíblia.
Ágape é um amor incondicional, amor sem medidas, amor que não cobra. O amor ágape preenche, o ágape é divino. Deus quer que vivamos o amor ágape.
Abaixo, alguns artigos interessantes que selecionei durante minha pesquisa e que respondem muitas das nossas perguntas. Espero que gostem.
"No grego existem três palavras e no português existe apenas uma para a palavra "amor", palavra que acabou se tornando, muitas vezes, vulgar. Há amor eros, o filia e o amor ágape no grego; é no amor ágape que o Senhor quer que vivamos.
Quando Jesus escolhe Pedro para ser a rocha da Igreja, Ele pergunta: "Pedro, tu me amas?" Refere-se ao amor ágape. E Pedro responde de coração: "Sim, Senhor, Tu sabes que te amo", que é o amor filia. Uma segunda vez o Senhor lhe faz essa pergunta, e novamente ele responde e, com certeza, na terceira vez (aqui São João nos dá uma lição), Jesus peguntou: "Pedro, tu me amas?" - amor ágape. E Pedro se entristece e fala do coração: "Tu sabes tudo. Tu sabes que te amo". Ágape."
Transcrição e adaptação: Célia Grego - Eventos Canção Nova
A palavra Agape é uma das palavras traduzidas por “amor” da língua grega para o português. Na língua portuguesa, usamos a palavra amor para descrever alguns sentimentos e atitudes distintas. Por exemplo, usa-se “amor” tanto para o amor entre irmãos como para o amor entre um casal, apesar de serem tipos de amor diferentes.
Porém, a língua grega, tem várias palavras para designar os diversos tipos de amor existentes. Usa a palavra grega “Philos” para descrever aquele amor que tem como principal característica o companheirismo, a amizade. Usa a palavra grega “Eros” para designar o amor romântico. Um tipo de amor bem exemplificado pelo amor entre um homem e uma mulher.
E usa a palavra grega Agape, (que é a que mais aparece em todos os textos do Novo Testamento), e significa aquele amor fraterno, tipo o amor de irmão, que cultiva afeição, boa vontade, bondade. É o tipo de amor que mais exercitamos, ou que deveríamos exercitar no dia-a-dia.
Um exemplo interessante do uso do uso da palavra Ágape está em Mt 24,12, onde vemos que no fim dos tempos esse tipo tão preciso e importante de amor se esfriará na vida da maioria das pessoas:
"E por se multiplicar a iniquidade, o amor (Ágape) se esfriará de quase todos."
Outro texto interessante mostra que o Ágape é o amor com que Deus nos ama e com que devemos amar o próximo:
"Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros." (Jo 13,34).
http://www.esbocandoideias.com/2012/06/o-que-significa-agape-philos-eros.html
Porém, a língua grega, tem várias palavras para designar os diversos tipos de amor existentes. Usa a palavra grega “Philos” para descrever aquele amor que tem como principal característica o companheirismo, a amizade. Usa a palavra grega “Eros” para designar o amor romântico. Um tipo de amor bem exemplificado pelo amor entre um homem e uma mulher.
E usa a palavra grega Agape, (que é a que mais aparece em todos os textos do Novo Testamento), e significa aquele amor fraterno, tipo o amor de irmão, que cultiva afeição, boa vontade, bondade. É o tipo de amor que mais exercitamos, ou que deveríamos exercitar no dia-a-dia.
Um exemplo interessante do uso do uso da palavra Ágape está em Mt 24,12, onde vemos que no fim dos tempos esse tipo tão preciso e importante de amor se esfriará na vida da maioria das pessoas:
"E por se multiplicar a iniquidade, o amor (Ágape) se esfriará de quase todos."
Outro texto interessante mostra que o Ágape é o amor com que Deus nos ama e com que devemos amar o próximo:
"Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros." (Jo 13,34).
http://www.esbocandoideias.com/2012/06/o-que-significa-agape-philos-eros.html
EROS, FILIA E ÁGAPE – EXPRESSÕES DE AMOR
Na língua portuguesa só existe uma palavra para amor: amor. Os gregos fazem três distinções de palavras: eros, filia e ágape. Também na Bíblia e na fé cristã as três palavras definem a intensidade do amor. Essas variações de entendimento sobre a realidade do amor, todos nós já experimentamos. Mas, quem sabe, seria bom algumas reflexões sobre o que significa cada maneira do amor se manifestar.
Eros é o amor carnal, o amor entre homem e mulher, o amor que aproxima duas pessoas que possuem sede de se conquistar. É o amor que pode ser repleto de paixões inebriantes. Interessante que no livro do Cântico dos Cânticos exalta se este amor erótico como um presente que Deus concedeu ao ser humano: “como são ternos teus carinhos, minha irmã e minha noiva! Tuas carícias são mais deliciosas que o vinho; teus perfumes, mais aromáticos que todos os bálsamos” (Ct 4,10). E, ao final, a noiva precisa reconhecer: “porque é forte o amor como a morte… Águas torrenciais não conseguirão apagar o amor, nem rios poderão afogá-lo. Se alguém quisesse comprar o amor com todos os tesouros da sua casa, receberia somente desprezo” (Ct 8,6s).
É uma experiência que todos já tivemos. Esse amor-eros pode ser vivido de forma muito sadia quando o homem integra, unifica corpo e alma. Nas palavras do Papa Bento XVI em sua encíclica Deus Caritas est: “Somente quando ambos (corpo e alma) se fundem verdadeiramente numa unidade é que o homem se torna plenamente ele próprio. Só assim é que o amor – o eros – pode amadurecer até sua verdadeira grandeza”. Na mesma encíclica, o Papa fala que o amor erótico é também o de Deus por nós: Deus assume a natureza humana para amá-la e ser amado. É também o amor dos amigos, o amor pelos doentes e pobres: ali a dimensão erótica expressa o amor carnal em seu sentido pleno de amar a natureza humana.
Filia é o amor de amizade. É o amor que não monopoliza, não escraviza, não cria dependentes. É o amor que vive a alegria de se comunicar com alguém do jeito que a pessoa é. Esse amor culmina na disposição de expor a vida em benefício do outro. Jesus refere-se a este ideal quando fala de si: “ninguém tem maior amor do que aquele dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Na vida precisamos cantar, celebrar as amizades. Para Epicuro, filósofo grego nascido em Atenas, a amizade é o máximo que a sabedoria da felicidade nos pode oferecer na vida. Os gregos, nas palavras de Anselm Grün, foram o povo da amizade. Muitas relações são verdadeiramente valiosas porque cresceram sobre o bojo da amizade. Na canção de Rui Biriva se canta “amizade é dom divino da paz. É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais. São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente. Um amigo é para sempre”.
Ágape é o amor divino, o amor em estado puro. É o amor que é fundado na fé e por ela plasmado. É um benquerer de coração não só ao amigo, mas a todas as pessoas. Não se limita às nossas relações cotidianas e habituais: se estende e prolonga-se até mesmo com aqueles que não temos contato direto. É também o amor de Deus por nós e o nosso amor por Deus. O ágape não quer nada dos outros nem de Deus, não é interesseiro e não espera recompensas e premiações por seus gestos, ama os outros por causa deles mesmos. O ágape não se mistura com os desejos de posse e vontade de dominar e explorar, não é um amor por “piedade” ou por comprimento de deveres morais/religiosos mas, nasce da disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe o amor que nos torna sensíveis também diante de Deus. É neste amor que experimentamos, no serviço ao próximo, o modo com que Deus me ama e tudo o que ele faz por mim e pela humanidade. É o amor reflete o amor divino. É o ápice do amor –união do eros, filia, doação total – pelo qual ansiamos no mais profundo de nosso ser (cf. Hino do Amor, de Paulo, em 1Cor 13, 1-13).
As três maneiras de amor formam um conjunto inseparável. A filia participa da força do eros. E também o ágape precisa do eros, caso contrário se esvazia. O ágape está presente no amor erótico e amigo. Torna se então um amor puro e límpido. Amor que dá sentido para a vida. Novamente nas palavras de Bento XVI “Deus é absolutamente a fonte originária de todo ser; mas esse princípio criador de todas as coisas é, ao mesmo tempo, um amante com toda a paixão de um verdadeiro amor. desse modo, o eros (também a filia) é enobrecido ao máximo, mas simultaneamente tão purificado que se funde com o ágape”. Essa unificação não se dá em confusão. É a unidade que cria o amor, na qual ambos – Deus e o homem – permanecem eles mesmos, mas, nas palavras do Apóstolo Paulo, tornando-se uma só coisa: “aquele, porém, que se une ao Senhor constitui, com Ele, um só espírito” (1 Cor 6,17).
Éderson Iarochevski
http://iarochevski.wordpress.com
Na língua portuguesa só existe uma palavra para amor: amor. Os gregos fazem três distinções de palavras: eros, filia e ágape. Também na Bíblia e na fé cristã as três palavras definem a intensidade do amor. Essas variações de entendimento sobre a realidade do amor, todos nós já experimentamos. Mas, quem sabe, seria bom algumas reflexões sobre o que significa cada maneira do amor se manifestar.
Eros é o amor carnal, o amor entre homem e mulher, o amor que aproxima duas pessoas que possuem sede de se conquistar. É o amor que pode ser repleto de paixões inebriantes. Interessante que no livro do Cântico dos Cânticos exalta se este amor erótico como um presente que Deus concedeu ao ser humano: “como são ternos teus carinhos, minha irmã e minha noiva! Tuas carícias são mais deliciosas que o vinho; teus perfumes, mais aromáticos que todos os bálsamos” (Ct 4,10). E, ao final, a noiva precisa reconhecer: “porque é forte o amor como a morte… Águas torrenciais não conseguirão apagar o amor, nem rios poderão afogá-lo. Se alguém quisesse comprar o amor com todos os tesouros da sua casa, receberia somente desprezo” (Ct 8,6s).
É uma experiência que todos já tivemos. Esse amor-eros pode ser vivido de forma muito sadia quando o homem integra, unifica corpo e alma. Nas palavras do Papa Bento XVI em sua encíclica Deus Caritas est: “Somente quando ambos (corpo e alma) se fundem verdadeiramente numa unidade é que o homem se torna plenamente ele próprio. Só assim é que o amor – o eros – pode amadurecer até sua verdadeira grandeza”. Na mesma encíclica, o Papa fala que o amor erótico é também o de Deus por nós: Deus assume a natureza humana para amá-la e ser amado. É também o amor dos amigos, o amor pelos doentes e pobres: ali a dimensão erótica expressa o amor carnal em seu sentido pleno de amar a natureza humana.
Filia é o amor de amizade. É o amor que não monopoliza, não escraviza, não cria dependentes. É o amor que vive a alegria de se comunicar com alguém do jeito que a pessoa é. Esse amor culmina na disposição de expor a vida em benefício do outro. Jesus refere-se a este ideal quando fala de si: “ninguém tem maior amor do que aquele dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Na vida precisamos cantar, celebrar as amizades. Para Epicuro, filósofo grego nascido em Atenas, a amizade é o máximo que a sabedoria da felicidade nos pode oferecer na vida. Os gregos, nas palavras de Anselm Grün, foram o povo da amizade. Muitas relações são verdadeiramente valiosas porque cresceram sobre o bojo da amizade. Na canção de Rui Biriva se canta “amizade é dom divino da paz. É poesia e violão cantando a mesma canção com duas vozes iguais. São os diamantes da vida que brilham nos olhos da gente. Um amigo é para sempre”.
Ágape é o amor divino, o amor em estado puro. É o amor que é fundado na fé e por ela plasmado. É um benquerer de coração não só ao amigo, mas a todas as pessoas. Não se limita às nossas relações cotidianas e habituais: se estende e prolonga-se até mesmo com aqueles que não temos contato direto. É também o amor de Deus por nós e o nosso amor por Deus. O ágape não quer nada dos outros nem de Deus, não é interesseiro e não espera recompensas e premiações por seus gestos, ama os outros por causa deles mesmos. O ágape não se mistura com os desejos de posse e vontade de dominar e explorar, não é um amor por “piedade” ou por comprimento de deveres morais/religiosos mas, nasce da disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe o amor que nos torna sensíveis também diante de Deus. É neste amor que experimentamos, no serviço ao próximo, o modo com que Deus me ama e tudo o que ele faz por mim e pela humanidade. É o amor reflete o amor divino. É o ápice do amor –união do eros, filia, doação total – pelo qual ansiamos no mais profundo de nosso ser (cf. Hino do Amor, de Paulo, em 1Cor 13, 1-13).
As três maneiras de amor formam um conjunto inseparável. A filia participa da força do eros. E também o ágape precisa do eros, caso contrário se esvazia. O ágape está presente no amor erótico e amigo. Torna se então um amor puro e límpido. Amor que dá sentido para a vida. Novamente nas palavras de Bento XVI “Deus é absolutamente a fonte originária de todo ser; mas esse princípio criador de todas as coisas é, ao mesmo tempo, um amante com toda a paixão de um verdadeiro amor. desse modo, o eros (também a filia) é enobrecido ao máximo, mas simultaneamente tão purificado que se funde com o ágape”. Essa unificação não se dá em confusão. É a unidade que cria o amor, na qual ambos – Deus e o homem – permanecem eles mesmos, mas, nas palavras do Apóstolo Paulo, tornando-se uma só coisa: “aquele, porém, que se une ao Senhor constitui, com Ele, um só espírito” (1 Cor 6,17).
Éderson Iarochevski
http://iarochevski.wordpress.com
Nada nos desarma tanto quanto o amor
Precisamos fazer uma experiência com o amor de Deus, esse amor Ágape, livre. Se você quiser estabelecer relacionamentos que não exijam cobranças, deixe-se primeiro ser tocado pelo amor de Deus. O que nos impede de amar são nossas feridas. A partir do momento que você se permite ser amado por Deus, esse amor te cura para que você saiba amar da maneira correta. Mas não espere estar melhor para amar, ame do jeito que você está. Nada impede seu coração de amar com generosidade. O seu coração ganha asas quando você se decide por amar.
E o que é, de fato, amar? Amar é como o nadar, por exemplo. Você aprende a nadar, nadando! O medo não pode te impedir, senão você não nada. Amar é assim: você aprende amar, amando. É na prática. É claro que, quando você aprende a nadar, você engole água. Assim também é o amor. O melhor jeito de amar é o seu, portanto, ame até doer. Ame com gestos, com o olhar, com sorriso. Se o corpo fica preso pela dor, o amor pode dar asas e libertá-lo. Foi assim que Jesus nos amou na cruz.. Ele estava lá, humilhado, rejeitado, abandonado, nu. Mas, mesmo assim, Ele olhou para o céu e pediu “Pai, perdoai-lhes”.
Com certeza, você já deve ter ouvido esta parábola dos talentos. O servo que não multiplicou o talento foi movido pelo ressentimento e pela inveja (pois ele recebeu apenas 1 talento, enquanto os outros 2 servos receberam mais). E o ressentimento e a inveja acarretaram na acomodação. A acomodação é um pecado grave, pois não importa qual seja a situação, o problema, o obstáculo, o que importa é o que fazemos diante disso. Há sofrimentos que já aconteceram, mas que nós deixamos que essa dor ainda hoje nos escravize, nos paralise. Por isso, Deus está nos falando: não seja um preguiçoso! Não seja acomodado! Não se torne vítima da sua história! As feridas de ontem não podem limitar um coração que decide voar através do perdão e do amor.
Precisamos fazer uma experiência com o amor de Deus, esse amor Ágape, livre. Se você quiser estabelecer relacionamentos que não exijam cobranças, deixe-se primeiro ser tocado pelo amor de Deus. O que nos impede de amar são nossas feridas. A partir do momento que você se permite ser amado por Deus, esse amor te cura para que você saiba amar da maneira correta. Mas não espere estar melhor para amar, ame do jeito que você está. Nada impede seu coração de amar com generosidade. O seu coração ganha asas quando você se decide por amar.
Santo Agostinho tem uma frase belíssima: “Se você não quer sofrer, então não ame. Mas se você não quer amar, então para quê queres viver?”. É o amor que dá sentido para a nossa vida. Eu e você temos essa capacidade, mas muitas vezes os talentos estão enterrados embaixo da nossa acomodação, dos nossos medos, dos nossos receios. Deus te deu uma família, um emprego, uma profissão e tantos outros talentos. O que eu e você temos produzido com os talentos que Deus nos deu na vida? Nós temos transformado os dons que Deus nos deu em dons de amor, em oferta aos outros? O que temos feito? Tudo o que temos, vai passar…
Na homilia que o Papa Francisco fez no dia 09 de janeiro de 2014, ele fala sobre o amor cristão que se manifesta na concretude e na generosidade. Portanto, é um amor que está mais no dar do que no receber, está mais nas obras do que na fala. O amor cristão tem sempre uma qualidade: a concretude. O amor é concreto. Primeiro critério para exercer o amor ágape: amar com as obras e não com as palavras.
Eu preciso usar o que Deus me deu para fazer o bem concretamente. Muitas vezes, nós esperamos ocasiões extraordinárias para amar e fazer o bem, mas Deus quer que concretizemos nossos dons nas coisas simples do dia a dia. Também com gestos e obras de caridade com desconhecidos, mas sobretudo com aqueles que estão mais próximos de você, na sua casa. É comum nos prendermos nos defeitos do outro ou naquele pecado que a pessoa cometeu há anos… mas o amor quer contar com o santo esquecimento. A nossa vida não melhora porque muitas vezes não queremos esquecer, perdoar de verdade. Precisamos decidir virar a página! Sei que há coisas que doem dentro da gente e que continuam doendo… mas peça a Deus a graça de você fazer uma experiência com o amor Ágape de Deus, para que você seja curado e páre de ser escravo do ressentimento.
O egoísta nunca entende o que é o amor Ágape e nunca vai ser curado por esse amor, porque quem não sabe dar, nunca vai saber receber. Portanto, não saberá receber o amor de Deus aquele que só quer receber. Uma pesquisa no Brasil revelou que, nos casamentos, quase 75% das mulheres não tinham vivido o prazer sexual ao longo dos anos. Isso porque os homens foram tão egoístas, que apenas pensaram neles mesmos e no seu próprio prazer. O sentido do casamento não é eu usar o outro, mas eu me dar inteiramente ao outro a ponto de fazê-lo feliz em vários aspectos, até que eu mesmo fique feliz. Quem afirmou isso foi essa pesquisa, que nem tem origem cristã. O amor é a única coisas que pode humanizar a sexualidade. Sexo sem amor é animalesco. O que é o amor senão essa capacidade de pensar no outro, de ser generoso? As pessoas acham que são livres, mas estão cada vez mais escravizadas pelos seus instintos.
Outra pesquisa detectou que as pessoas que mais se realizam são aquelas que, com seu trabalho, fazem o bem ao outro; e não aquelas que mais ganham dinheiro. Em tudo o que você fizer, você pode fazer do seu talento um dom de amor. Seja um profissional honesto, que não dá jeitinho brasileiro, assim você já estará multiplicando seus talentos.
As palavras convencem, mas somente os exemplos têm o poder de arrastar multidões. Trate as pessoas com humanidade. Não são coisas extraordinárias, respeite as pessoas que trabalham com você, trate você mesmo com respeito, com generosidade. Não se torne escravo do trabalho. Permita-se fazer algo diferente, cuide de você, perdoe a você mesmo, tenha momentos em que você não faz nada. E principalmente: não se culpe pelos erros de ontem, Deus te olha com misericórdia.
Nós temos que transformar o que somos em dom para o outro. Nada pode impedir você de amar, nem suas limitações ou imperfeições. Ilumine as trevas que existem no seu trabalho, na sua casa, nas situações da vida com o seu amor. Transforme seus talentos em amor.
Padre Adriano Zandoná - Canção Nova
Transcrição e adaptação: Aline Carbonari Krachevski
O ciúme exagerado
A língua grega classifica o Amor em três formas distintas. Eros: amor romântico, é caracterizado quando se ama além do amor philos-amizade, aplica-se a relacionamentos bem como a união.Philos: amor virtuoso e desapaixonado. Denota amor entre amigos e familiares. Ágape: afeição mais ampla que o Eros, sentimentos não carnais. Na literatura bíblica significa autosacrifício, para todos, amigos ou mesmo inimigos.
No “sentimento da paixão” predomina a forma “Eros“, caracterizada pela atração física, desejo, contemplação da beleza. É um amor que busca recompensa, ainda que seja simplesmente da presença da pessoa amada. A pessoa apaixonada pensa em satisfazer suas expectativas no (a) parceiro (a).
O Eros é a face que melhor representa e torna possível a aspiração que o próprio Senhor depositou no gênero humano – em ter alguém único (a) e que o (a) complemente: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gn 2, 24). É vocação, inscrita no íntimo do ser: “A vocação para o Matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, conforme saíram da mão do Criador” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1603).
A afetividade e sexualidade pedem complemento, por isso necessitamos nos relacionar com outras pessoas. Mas, no caso da vocação ao amor esponsal – apaixonado – , com a capacidade de amar Eros, é natural que vislumbremos o (a) outro (a) como parte de nós. Isso é maravilhoso, é um chamado dado pelo Senhor, é o desejo de Deus para o ser humano. No entanto, se não bem compreendida e experienciada por um coração, da capacidade de amar pode derivar-se a tendência em ter um sentimento de posse em relação ao (à) parceiro (a) e não de complemento.
Quando se tem um relacionamento amoroso com alguém é natural sentir ciúme. Afinal, estabelecemos um compromisso com a outra pessoa, no qual entregamos algo de nós muito precioso, que passa a não depender mais dos nossos cuidados. Para o (a) amado (a), confiamos a nossa verdade, a honra e os afetos. Consideramos a outra pessoa como esse complemento, parte de nós mesmos, extensão do nosso ser, ou no caso do namoro, um aspirante a ser tudo isso em nossa vida, que o vai recebendo aos poucos.
Em certos momentos, o amor Eros, que trazemos, se manifestará na forma de querer preservar esse sagrado e, consequentemente, o vínculo que temos. Queremos nos certificar de que a outra parte também cuida e se importa, tanto quanto nós mesmos, para preservar o afeto e o compromisso existentes entre nós.
Sabe aquela espiadinha básica para ver se nada está sofrendo ameaça? Agimos assim, como que dizendo: “Por favor, conserve o que eu sinto por você, porque o que tenho dentro de mim é precioso demais e estou lhe entregando! Você vai zelar por tudo isso?”
O problema é quando esse sentimento torna-se exagerado, daí provem aquele ciúme que destrói a relação.
Na Sagrada Escritura o ciúme é tido como obra da carne, contrário aos frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5, 19-20). Não somente em relações amorosas, mas também no termoPhilos o ciúme está presente. São exemplos disso: Caim que matou seu irmão Abel (cf. Gn 4), Saul com ciúme do amigo e servo Davi (cf. I Sm 18, 9). Esses casos também demonstram o ciúme como sinônimo de inveja, cobiça e complexo de inferioridade.
Somente na face Ágape não se contempla o ciúme: “O amor não tem inveja” (cf. I Cor 13, 4). São Paulo usa o termo Ágape neste capítulo todo. O ciúme, neste aspecto, é definido como: reação diante de uma ameaça real ou imaginária. É causada por projeções de experiências negativas, baixa autoestima e imaturidade emocional.
Para não sofrermos desse impulso doentio na emoção será necessário trabalharmos a nossa cura interior no coração. Que o passado não seja o determinante do nosso presente e futuro. A vida se renova a cada dia e a todo instante há uma chance de escrever uma nova história. Que as dores de outrora sirvam apenas como experiência para caminharmos de forma mais acertada daqui em diante. Se algo vivido no passado ainda causa medo ou não permite avanço numa área de nossa vida, é hora de buscarmos auxílio. A cura interior deve ser psicológica e espiritual.
Aqui cabe a busca de sanar os três pontos acima citados: projeções negativas, imaturidade emocional e baixa autoestima. Reveja sua história, “o que é, o fato e de onde parte” a causa da insegurança. Dentro desse processo, deve também acontecer:
O aprendizado em acreditarmos na verdade – Os fatos da realidade deixam rastros nos elementos onde quer que passem. Se ele (a) não lhe é fiel, uma hora isso virá à tona. De nada adiantará a supervisão e a neurose de encontrar evidências de traição ou desleixo da outra parte. Jesus afirma a verdade como regra, princípio e lei espiritual: “Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado” (cf. Mt 4, 22).
É preciso respeitar a liberdade da pessoa amada – Não somos donos de ninguém. Temos um compromisso, mas não podemos determinar nada na vida do outro. O ponto ideal é que o (a) parceiro (a) se sinta livre. Liberdade gera equilíbrio por não querer mudar a outra pessoa no que ela é, mas em perceber sua responsabilidade no compromisso que ele (a) tem com você, sendo espontâneo (a).
Reflita sobre isso. Posso dizer que a pessoa que amo tem responsabilidade em nosso compromisso? As atitudes dele (a) com as quais não concordo realmente ameaçam o relacionamento ou são pontos que trazem desgosto e desconfiança por uma possibilidade remota de ele (a) me substituir por outro (a), ou por um outro afazer e entretenimento?
Seja curado por seu relacionamento e não uma pessoa doente afetivamente. O que é de cada um, aquilo que Deus tem para nós, virá de uma forma ou de outra. Se hoje algo nos escapa pelas mãos, significa que não é verdadeiramente parte de nós. Então, para que se agarrar a isso tão firmemente?
Guarde a força do seu coração para os sentimentos que realmente valerão a pena. O ciúme exagerado é um desgaste desnecessário.
Deus o abençoe!
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